blogueiro não é jornalista, segundo Imprensa

Está lá na revista Imprensa uma boa matéria sobre blogs e jornalismo:

“Blogueiros e jornalistas são coisas tão diferentes que nem deviam ser discutidas”, afirma Bruna Calheiros, principal figura por trás do blog Smelly Cat, dedicado a curtas e longa-metragens em animação. Apesar da assertividade da blogueira quanto à separação de universos e de sua formação em publicidade, sua página tem abordagem bastante informativa e é constantemente atualizada com as últimas novidades do gênero. Publicou diversos posts sobre o festival AnimaMundi, por exemplo, sem nada dever aos críticos mais tradicionais do setor. Bruna garante que não segue regras e nem pretende fazê-lo: “tenho meu tom, minha maneira e coloco minha personalidade nos textos”. Mas ela pertence a um grupo de blogueiros que se propõem a tratar de certos assuntos tão bem quanto o faria um jornalista treinado para isso, quando não melhor.

uma nova ecologia midiática

Para quem curte o debate sobre a reestruturação midiática contemporânea, vale à pena uma reflexão sobre esse diagrama abaixo (construído por John Hiler), que mostra o forte hibridismo (ou simbiose, como é afirmado) entre a atividade jornalística e a interatividade com o leitor/usuário. A tese é conhecida: as redes sociais e os blogs alargariam o campo jornalístico, difundido e debatendo as histórias que circulam no mainstream midiático.

Contudo, há também um trabalho autônomo de jornalismo: reportagens testemunhais, checagem de informações divulgadas pela imprensa e análises em geral.

Mas o importante é a simbiose mostrado no diagrama. No centro, os jornalistas de diferentes veículos. Estes continuam atuando de forma clássica: cultivar fontes, que lhe oferecem informações e histórias. Na base, novos ecossistemas de comunicação, marcados por veículos impulsores de idéias e notícias. Esses canais são, na verdade, novos circuitos de difusão, como comunidades de conversação e relacionamento (orkut, facebook, msn etc), sites de notícias colaborativas, mídias pessoais (como blogs) e redes sociais de trocas p2p (bittorrent, youtube etc).

Essas informações, processadas por jornalistas, acabam retornando para o público na forma de histórias. Essa retroalimentação contínua constitui a própria base do ecossistema da mídia online.

ciberpolítica e eleições 2006

No site da revista científica Razon y Palabra (super indicável!), há a introdução do livro Ciberpolítica, de Carmen Fernandes,  que destrincha o impacto do uso da internet nas eleições até o ano de 2006.

Na Intercom Sudeste 2008, assino, junto com o Gabriel Herkenhoff, o artigo A disputa pela produção dos sentidos nas eleições de 2006: a emergência de uma opinião distribuída. O trabalho busca empreender uma análise do papel da Internet, no que tange suas possibilidades de produção de conteúdo (especialmente blogs, Orkut e You Tube) nas eleições presidenciais brasileiras de 2006 e sua vitalidade na construção de um campo de batalha pela produção de sentidos.