O Comunismo das Redes

Acabei de publicar um artigo na Global n.8 chamado “O Comunismo das Redes”. Mas, como ainda não posso postar ele aqui, aproveito para deixar o paper escrito para ocasião da defesa da minha tese, com o mesmo título.

Trata-se da síntese, que acho que ficou muito boa, da minha tese.

a economia da informação e o capitalismo são inconciliáveis, pois a principal força produtiva – o saber – não é quantificável, quer dizer, não pode ser medida por horas de trabalho. Além disso, o fato de o saber ser difuso faz com que o capital “saía de uma lógica de valorização baseada em um controle direto do processo de produção”. Por conta disso, provoca uma crise “de fundo no capitalismo e antecipa uma outra economia, de tipo novo e ainda ser fundada”. Essa outra economia a ser fundada estaria já se constituindo no espaço das redes livres (freenets): tanto as empresas já estariam trabalhando nas redes para unir-se nos momentos da tomada de decisão; quanto os usuários, através de mecanismos de auto-organização, auto-coordenação e a livre troca de saber, estariam produzindo um mercado para um emaranhado de produtos e serviços criados a partir da colaboração rizomática sem a necessidade de uma intermediação do mercado.

1 Comentário

  1. Fábio, gostaria de ter uma cópia de sua tese, pode encaminhar, por favor? Meu trabalho de pesquisa segue uma linha diferente da sua, por isso me interessa muito.
    Um abraço,
    Cátia – Universidade de Sorocaba

  2. Oi, professor Malini,

    Tomei a liberdade de colocar uma boa parte do seu texto – onde vc faz referência ao acontecimento de 2005, na periferia de Clichy-sous-Bois, na França, num dos posts do meu blog. Como coloquei um link desse seu post aqui, automaticamente ele aparece aqui nos “comments”. Agradeço o modo como vc narrou o acontecimento – me tocou muito, especialmente porque naquela época, coincidentemente, eu estava participando de um Seminário Internacional em Oslo, sobre “City Mission” – e foi levantada a questão sobre a imigração e a pobreza, as políticas governamentais de assistência aos imigrantes, etc… e foi feita referência aos protestos em Paris. Naquele momento não pudemos pensar em alguma coisa que pudesse ser próxima do conceito de “comum” e de “multidão”… claro que em si não são solução, em absoluto! mas parece-me que se trata de uma teorização que intrumentaliza o pensamento no exercício de criação de alternativas possíveis. Obrigada pelo seu texto!
    Mary

Leave a Comment.