Antes do Negri começar

Cheguei ao RJ, ontem. Comprei O Globo no aeroporto. Sabia que iria sair alguma coisa do Antonio Negri. Para minha surpresa tinha duas páginas. Delícia, li tudo rapidamente. Cheguei no hotel. Não podia entrar: só depois das 12h. Circulei pela cidade: Copa (tomei café), depois Botafogo (me sinto em casa lá, onde fui a Prefácio ver e comprar alguns livros). Almocei no shopping Botafogo. Já eram 12h. Entrei no hotel meia hora depois.Queria ir a Nova Iguaçu, onde ocorreria a primeira palestra do Negri, chamada de A riqueza dos pobres. Liguei para Francis: "eu vou", disse. Ela: "Tá maluco. É longe demais. Mas cuidado ao voltar". Aí me desanimei, é muito longe mesmo. Pensei em um plano B: assistir Eros, de Antonioni e Sandermberg. Aí resolvi ligar o Beppo (Giuseppe Cocco): "Tem uma vaga no carro. Vamos lá. Vamos sair às 13h30 do hotel Ipanema", ele disse. Maravilha. Corri, tomei banho, comi rápido, peguei um táxi e cheguei lá pontuamente.

[concentração] Como é bom ver os amigos. A amizade tem uma potência especial. Lá encontrei Beppo (muito feliz), Léo (Leonora Corssini) e Geo (amigos da Revista Global) e Yann Moulier (sociólogo francês). No saguão do hotel esperavam o Negri, que desceu uns 10 minutos depois que cheguei. Achei que ele está melhor que em 2003. Antes parecia mais "velhinho", agora, como diz minha avó, estava "mais corado". Fico impressionado ao vê-lo porque me parece que ele tem um olhar de incompreensão, no sentido de perceber, diagnosticar, entender a realidade e se colocar com uma visão de porque "os homens são assim". Ele tem respostas, mas queria poder ter mais respostas, porque sabe que as suas são poucas. Na entrevista ao Caderno Prosa e Verso, do Globo, ele difunde o pensamento do amor ao outro como condição da produção de encontro, de reuniões, de movimentos. No fundo, talvez, a idéia é utilizar o amor como condiçãopara dizer que "os homens podem não ser assim". Sem ser piegas, acredito que a filosofia dele nos contamina por conta de uma mensagem de não-ressentimento do mundo, mas de crítica a ele. O tempo do meu olhar de observação foi o suficiente para chegar companheiros de caravana. Fomos em três carros para Nova Iguaçu, uma cidade que lembra Cariacica, no ES. Totalmente excluída de tudo e com uma gestão de esquerda para reerguê-la.

[Vai começar a palestra] Chegamos lá em ponto às 14h. Já não tinha mais fone (de tradução) para todos. Mas consegui o meu. Também já não tinha lugar para todos. Era um teatro para 140 lugares. Estava lotado. Sentei no degrau, no meio do teatro, entre os dois blocos da esquerda. Queria ver tudo de frente. Nem à direita, nem à esquerda. Centrado. Havia muitos petistas (com a arrogância e a auto-suficiência de sempre, mas também com o desejo de transformar o mundo de sempre). O prefeito Lindberg Farias já conversa com Negri eo Beppo na mesa de palestrantes. Sentei em frente à mesa, no meu degrauzinho, como em um cinema lotado, o filme ia começar. O Mestre de cerimônia ler uma curta biografia do Negri. Abriram as cortinas. O prefeito fala da satisfação do Negri em Nova Iguaçu, blá, blá, blá… blá, blá, blá… A platéria mexe as pernas, quer ouvir o filósofo. Ele pega no microfone. Agora vai.

1 Comentário

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