4 motivos para escrever, por George Orwell

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Num texto ótimo, George Orwell afirma que todo escritor possui quatro motivos para escrever em prosa. Esses motivos existem em diferentes graus em cada escritor. Para mim, sua teoria vale nao somente para escritores profisionais, mas para blogueiros de todo tipo. Orwell confessa que seu ponto de partida é sempre um sentimento de partidarismo ou de injustiça. “Quando me sento para escrever um livro, eu não digo para mim mesmo: ‘Eu vou produzir uma obra de arte’. Escrevo porque existe alguma mentira que eu quero expor”. Massa! Seguem aí os quatro motivos presentes em qualquer escrita literária.

1. O egoísmo (eu sou muiiiiitoo importante para o mundo).

Desejo de parecer talentoso, de ser comentado, de ser lembrado após a morte… Os escritores sérios, eu diria, são mais vaidosos e egocêntricos do que jornalistas, embora menos interessados em dinheiro.

2. Entusiasmo Estético. (todo mundo que escreve carrega palavras que chamam e lhe apelam)

A percepção da beleza no mundo exterior, ou, por outro lado, em palavras e seu arranjo correto. Prazer no impacto de um som em outro, na firmeza da boa prosa ou no ritmo de uma boa história. Desejo de compartilhar uma experiência que se sente que é valiosa e não deveria ser desperdiçada.

3. Impulso histórico. (meninos, eu vi. E foi assim)

Desejo de ver as coisas como elas são, para descobrir os fatos verdadeiros e guardá-los para o uso na posteridade.

4. Propósito político. (esse é o melhor caminho e não pense desta maneira, mas desta)

Usar a palavra “político” no sentido mais amplo possível. O desejo de conduzir o mundo a uma certa direção… Mais uma vez, nenhum livro é genuinamente livre de viés político. O parecer de que a arte não deve ter nada a ver com política é em si uma atitude política.

Blog é um meio superficial

Ótimo artigo sobre o ato de blogar: Por qué blogueo?, de Andrew Sullivan.

El blog, desde luego, ha seguido siendo un medio superficial. Por superficial, simplemente apunto que el bloguear recompensa la brevedad y la inmediatez. Nadie quiere leer un tratado de nueve mil palabras en línea. En la red, los links de una sola palabra son tan legítimos como las diatribas de mil palabras –de hecho, a menudo son más valorados. Y, como me dijo Matt Drudge cuando busqué consejo del maestro en 2001, la clave para comprender un blog es asumir que se trata de una emisión, no de una publicación. Si deja de moverse se muere. Si deja de remar, se hunde.

por que blogar?

Em comentário ao post da Gabriela Galvão sobre por que se bloga, escrevi o seguinte:

Não sei se blogar é um ato que se resuma a apenas a uma “produção de imagens” de si… Quero acreditar que não. Não é somente uma questão de portfólio.

No final de contas é: alguém quer conversar sobre aquilo que quero conversar?

Talvez essa indagação, própria do blogueiro, se resuma à nossa dificuldade de entender qual é o corpo que estamos a criar na blogosfera.

É então uma questão imanente, né. É uma questão de construir o próprio sentido do mundo, e não se subsumir aos já criados por aqueles poderes transcedentes (a mídia, o Estado, etc).

É aquilo que o Antonio Negri, filósofo que eu curto muito diz, “a verdade é aquilo que construímos”.

Então, o blog é a nossa verdade!