Governo 2.0 não significa marketing nas redes sociais

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Márcia Rodrigues, da Revista Capital Público, me telefonou, mandou as questões por email e saíram essas respostas abaixo sobre o tema do governo eletrõnico & web 2.0. Não sou especialista em “governo”, mas dei meus pitacos. Uma forte referência para eu responder isso tudo aí embaixo foi o post Gov 2.0: It’s All About The Platform, que resume as ideias de Tim O´Reilly sobre o governo eletrônico 2.0. Uma dica adicional para quem curte o tema é seguir o RSS da tag gov2.0 no Delicious.

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Os governos no Brasil (federal, estaduais, municipais) já têm uma razoável presença na web. Porém, pouca expressão na web 2.0. Quais o senhor acredita que sejam as maiores limitações para uma presença pública mais efetiva nas redes: técnicas?

O governo eletrônico no Brasil é ainda restrito à concepção unilateral da comunicação online. Ainda sobrevive a concepção do acesso ao usuário, que se traduz em plataformas onde só o governo comunica. Nos idos dos anos 90, de fato, era vital os governos disporem aos cidadãos de toda gama de serviços para os indivíduos usarem. E isso ainda de forma top-down. Contudo, depois da virada participativa da web, o cidadão quer governar junto. E para proporcionar essa união de maneira completa, a maior limitação dos governo é, primeiro, de cunho ideológica: romper com a visão autoritária de quem tem poder é somente quem governa. Segundo, pensar a comunicação para além do caminho das mídias de massa. Boa parte da dificuldade técnica dos assessores de comunicação tem a ver com o fato de hoje secretários ou técnicos de governo usarem o Twitter sem o “consentimento” da equipe de comunicação. Os assessores não sabem muito bem como funciona uma rede social, porque foi martelado neles que seu principal conhecimento é fazer media training e relise. A cultura do sigilo, típico do autoritarismo informacional das relações públicas, é algo que reduz a capacidade de governar junto com. Mas só isso não explica essa limitação dos governos com as redes sociais. O maior problema de evitá-las – com o cúmulo do absurdo delas serem proibidas nas repartições públicas – é que a política de branding não é possível ser totalmente controlada, porque não há como fazer, de forma geral, na internet, a velha estratégia da matéria paga ou da submissão lambe-botas à imprensa.

Em sua visão, todos os órgãos públicos, sem exceção, devem estar na web, ou isso não é necessário/desejável? Por quê? E na web 2.0? Por quê?

Todos. Porque a informação pública precisa estar sob domínio público. Essa história do sigilo será cada vez mais fácil de se ultrapassar, por causa dos próprios mecanismos de controle criados pelo poder nos últimos anos. Cartões corporativos, telefones móveis, emails, palm´s, tablets, internet, softwares de textos, planilhas, protocolos, etc  são profundamente contaminados por dispositivos que deixam registros digitais e identificam tudo da vida (e da linguagem) das pessoas e instituições. É uma forma de controle absoluto sobre o social (daí a forte crítica à chamada sociedade do controle). Porém, depois do Wikileaks, a sociedade é encorajada a utilizar esses mesmos mecanismos para democratizar as informações. Trata-se de fazer um big brother ao revés. E veja que o curioso é que essas práticas começam a tomar contornos eleitorais, beneficiando candidatos que têm comportamentos de diálogo na rede. A transparência será cada vez mais um valor democrático reinvindicado pela população e, se atendida, beneficiárá governos, políticos, empresas e formadores de opinião.  Já há, como o caso da Inglaterra, em que os governos estão disponibilizando seus banco de dados para que a própria sociedade façam análises estatísticas ou de visuailzação de dados. É o chamado “open government”, uma forte tendência de governo eletrônico. De posse de banco de dados sobre despesas nos últimos 30 anos,  por exemplo, um programador pode criar alguns algoritmos que demonstrem os períodos de maiores gastos e fazer nexos com fenômenos que estão em outros bancos de dados, como o de volume de chuva no período, e identificar quando e por que se gasta com enchentes etc. Enfim, doar os bancos de dados faz o governo penetrar na chamada inteligência coletiva e governar com mais eficiência. Há um lema fantástica no movimento ligado à cultura colaborativa da internet que um governo 2.0 pode adotar: “muitos olhos, poucos erros”.

Como os gestores de órgãos públicos que queiram aproveitar todo o potencial de interação e geração de conhecimento trazido pelas redes sociais podem começar a fazê-lo? Existe um caminho mais indicado?

Primeiro de tudo.: criar política desenvolvimento de serviços tecnológicos. Se quisermos fazer uma política séria no campo das novas mídias, o correto é criarmos uma política forte de desenvolvimento de tecnologia de informação que democratize não só a informação, mas as deciões políticas. Não se trata de criar tecnologias para a burocracia interna, mas para a comunicação externa com os cidadãos: aplicativos para tablets, telefones celulares, streaming de vídeos, redes wi-fi, enfim, criar tecnologias é a principal estratégia de um governo 2.0.

O outro caminho é fazer jus ao lema da internet: “faça você mesmo”. Empoderar os funcionários para que eles criem suas conta pessoais no Twitter, no Facebook, noTumblr, no WordPress. Porque a rede rompe a cultura da permissão, da intermediação. Então o gestor precisa ter a a sua própria mídia. As pessoas me indagam: “mas eu não tenho o que escrever!”. Eu respondo: diga apenas “bom dia” aos seus amigos online. Daí as pessoas começam a rir. Nós participamos diariamente da esfera pública, com nossas opiniões e afetos. É impossível não termos o que escrever ou falar. Somos tão disciplinados na concepção que o outro sabe mais, que somos apenas receptores, que criamos uma fantasia que não temos história, não temos saber, não temos vivências. Então, é importante os governos serem mais democráticos e liberar os gestores a terem seus próprios canais de comunicação. Sei que a realidade da maior parte do Estado brasileiro é de falta de capacitação dos técnicos e gestores em novas mídias, vistas como um enigma e com muita dificuldade cognitiva (sobretudo porque novas mídias demandam do usuário forte processo de alfabetização). Mas, você, gestor, comece atuando pequeno na rede e cresça aos poucos. E se você tiver alguma dúvida, digite no youtube o que você busca. Lá tem vídeos de passo a passo de tudo, desde como fazer um perfil no twitter a como cozinhar um arroz sem deixá-lo queimar. Foi heidegger que disse: “comunicar é se libertar”. Então, a internet está aí para isso.

Quais os passos que devem anteceder a entrada dos governos nas redes sociais? O que é preciso considerar antes de começar?

Os governos precisam compreender que um governo 2.0 não significa ficar respondendo usuário, republicando as coisas lindas que internautas tecem sobre seus governantes e menos ainda divulgar a agenda diária dos líderes. Um governo 2.0 é criador de tecnologias. Mais ainda: de serviços tecnológicos. Então o desafio maior hoje é que os governos olhem para essa ecologia nova de comunicação e perceba que os cidadãos querem tecnologias mais próximas de suas necessidades. Desenvolver serviços tecnológicos: aplicativos para mídias móveis, softwares educacionais, canais em mídias e redes sociais, redes wi-fi públicas, enfim, todo um conjunto de serviços que ajuda no dia a dia do cidadão. Essa coisa de ficar fazendo marketing em redes sociais é cafona. Cidadão quer ter, no seu Ipad ou “Iclone”, um aplicativo que mostra suas dívidas e pagá-las ali mesmo no tablet. Cidadão quer ter, no seu celular, um aplicativo com as aulas que ele assiste na escola ou na faculdade (coisa mais barata é transmitir ao vivo aulas e dispô-las na internet). Cidadão quer ter, no seu netbook, o canal do MSN da equipe especializada em mídias sociais da defesa civil, para caso aconteça uma enchente, poder se comunicar com o órgão, em tempo real. Cidadão quer mandar torpedo para o número do celular com as fotos de pneus velhos que estão no meio de uma rua qualquer, ajudando o departamento de serviços urbanos a cuidar da higiene da cidade. Cidadão quer governar, e não ser objeto de spam eleitoreiro.

Quais são, a seu ver, os maiores desafios impostos aos governos das três esferas pela crescente penetração e popularização das redes sociais?

Ser desenvolvimentista tecnológico. Criar serviços, plataformas, aplicativos, tecnologias de informação que ajudam no cotidiano da população que, a cada dia, depende e usa mais computador e dispositivos de comunicação móvel. Ser transparente, o que equivale, na prática, tornar público todos os processos decisórios do Estado. Não se trata de utopia, mas de uma demanda social crescente: pôr fim à cultura do esconder informação e à prática nefasta da espionagem alheia. Ser aberto, isto é, tornar abertas todas as suas bases de dados. Ao fazer isso, com certeza, toda uma produtividade ligada à inteligência coletiva florescerá e gerará mais valor a essas bases, através de técnicas refinadas de mineração de dados. É muito comum, por exemplo, várias empresas criarem aplicações que potencializam os dados dessas bases. Siga o exemplo do Twitter, tornou público o seu segredo de fabricação e fez surgir todo um conjunto de inovações como twitcam, Twitpic, Hootsuite, enfim, uma gama de produto que só fortalece a marca Twitter. Ser comunicativo nas redes e mídias sociais, atuando na produção de informação que auxilie as decisões, em tempo real, de seus cidadãos, bem como incorporando dados e inovações geradas pelos usuários e comunidades dessas redes. Há um caso fantástico da importância de um governo atuar bem nas redes sociais. Obama e a reforma da saúde. Ele criou uma plataforma online para debater o projeto da reforma com os cidadãos americanos. Com isso, ele criou bases sociais de sustentação para a democratização da saúde pública nos EUA.

O que antevê para o futuro? A web 3.0 trará novas mudanças para as instâncias de governo? Quais?

O futuro já ocorre. E se chama mobilidade. Então os governos precisam ser mais nômades, como a tecnologia de tablets, netbook e telefones celulares. Imagina vc ter um aplicativo do Acervo Histórico da sua cidade dentro do seu celular? Imagina as crianças poderem ter um aplicativo, em seus celulares, com seus livros didátivos interativos? Os governos precisam urgentemente abrir concurso público para desenvolvedores de aplicativos de mídias móveis, abrir concurso para analista de redes sociais, de produtor de conteúdos via streaming (ao vivo). Aposto que, se fizer isso, em pouco tempo, a relação com os cidadãos se alterará para melhor. Só para lembrar; o Brasil tem 240 milhões de celulares circulando no mercado. Apesar das altas tarifas, a mobilidade já faz parte do cotidiano de todos os brasileiros.

Os 10 tweets de maior repercussão em 2010

Para quem ainda não viu: os 10 tweets do ano de 2010: Haiti, Copa do Mundo, Golfo do México, foram alguns dos temas preferidos. Repare lá que os maiores acontecimentos de 2010 no Twitter envolveram entretenimento, política e desastre social.  Todos eles obtiveram repercussão na cena midiática. E, em todos os casos, a opinião se constitui de forma compartilhada e entrelaçada à imprensa, ora para atestar a veracidade das informações jornalísticas, ora para contestá-las.

Via Yearinreview.

Quora, sua rede responde

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Depois do buzz do Formspring, entra em cena o Quora, nova rede social de perguntas e respostas na internet. É tudo muito simples. Você se loga com a sua conta do Facebook ou do Twitter. Segue e é seguido. E posta respostas e perguntas. E, assim, você aproveita o conhecimento gerado pela  inteligência coletiva da rede. E, é claro, doa o seu conhecimento também. É uma espécie de Yahoo Respostas 2.0. Uma das grandes vantagens do Quora é o baixo índice de anonimato, por você se logar através de sua conta do Twitter ou do Facebook.

Por enquanto, só entra na rede quem tem convite.

No mais, o Quora é mais uma das ferramentas que alimentam o que chamo de economia da identidade online, que se realiza através de empreendimento baseados na criação de novos ambientes comunicativos cujo DNA é o “perfil de redes sociais”, sobretudo, os do Twitter e do Facebook, duas plataformas que facilitam inovações por terem suas API’s abertas à colaboração do usuário.

Ontologia da liberdade na rede: a guerra das narrativas na internet e a luta social na democracia

Esse é o título do artigo que escrevemos, eu e o Henrique Antoun (UFRJ), publicado no número atual da Revista Famecos (artigo em pdf). O texto cai como uma luva para quem precisa analisar os movimentos pós-wikileaks, sobretudo a luta imanente entre os poderes que constroem e destroem a liberdade na internet.

Esse artigo visa, em retrospectiva, analisar os fundamentos políticos que regem os discursos de liberdade que são disseminados pelos atores que constroem a internet de hoje e de ontem. Esta análise visa extrair um modo de compreender a economia do poder em disputa, instaurada pelos diferentes atores em conflito da sociedade em rede. Para tanto vamos avaliar os processos de narração coletiva dos acontecimentos públicos, entendidos como laboratórios dessas disputas. Desta avaliação vai emergir que as novas narrativas multitudinárias vão fazer a passagem do modelo informacional das mídias, que privilegia a acumulação quantitativa proprietária de elementos, para o modelo comunicacional das multimídias, que privilegia a coordenação da ação coletiva nos movimentos.

O fake na internet e o medo que tem Magno Malta do sábado de Aleluia

“E, quando estavam reclinados à mesa e comiam, disse Jesus:
Em verdade vos digo que um de vós,
que comigo come, há de trair-me” (Marcos 14:18).

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O senador Magno Malta (PR/ES) anunciou que vai entrar numa nova Cruzada. Quer criar um projeto de lei que torna crime a criação de perfis falsos (os fakes) nas redes sociais da internet. Ele já não aguenta mais a quantidade de judas virtuais que espinafram suas atitudes políticas arvorando-se de sua própria face photoshopiada. Para ele, melhor seria se o cabloco o espinafrasse com “cara limpa e peito aberto”. Claro. Assim fica mais fácil de fichá-lo depois.

O fake da internet carrega o dilema do Judas, aquele criado pela cultura popular. Na tradição da malhação do Judas, no sábado de Aleluia, ninguém sabe quem fez o boneco e pendurou no poste, mas todo mundo adora malhá-lo. Quem é objeto da malhação fica possesso. E quer identificar – como quer! – quem foi o autor da brincadeira. Nada pior que ser o Judas do sábado de Aleluia. Magno Malta, como qualquer pessoa, sabe disso. Para político então, que tem imagem emoldurada pelas frases e maquiagens fakes do marketing de bruxas e magos, dói fundo na alma original ser objeto de gozação do populacho.

Se Malta fosse republicano-USA, parece que não teria dúvida: botaria no chilindró os “fakes” que publicaram no Wikileaks as tramóias do governo yankee pelo mundo. Contudo, o problema do republicano-tupiniquim é que ele defende coisas que a classe média conectada detesta, como criminalização do homossexualismo, defesa de pena de morte, redução da maioridade penal, mistura de religião e política desafiando o laicismo do Estado, para além de citações do senador em escândalos nacionais, como o da máfia dos sanguessugas. Por conta disso, a malhação virtual rola solta. Como Jesus na ceia dos apóstolos, a rede da classe média conectada (de A a D)  sabe quem está a lhe trair.

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A narrativa nas redes sociais da internet

Artigo publicado no livro Princípios inconstantes, editado pelo Itaú Cultural, e depois ampliado para publicação na Revista Lugar Comum.

Fábio Malini
(o artigo abaixo é apenas uma parte do texto original )

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1994. Após um ano em que Tim Berners-Lee apresenta ao mundo o seu projeto World Wide Web, a internet começava a mudar. Até então ela havia se tornado numa espécie de rede intergaláctica de cientistas, nerds e de usuários que se divertiam através das bulletin board system (bbs), comunidades virtuais onde se liam mensagens – sob um fundo preto chapado – sobre diferentes temas, de acordo com o gosto do freguês. Tudo era feio e simples. Porém, muito divertido. As bbs podiam ser criada por quaisquer um que se arriscasse a pegar a sua poupança, comprar uma linha telefônica, um computador Pentium 386, baixar o software spitfire, ficar dias lendo tutoriais, para até chegar o grande momento em que criava online o seu “clube bbs”. Para se conectar a ele, cada sócio pagava uma graninha, que geralmente era revertida na compra de equipamentos para tornar ainda melhor a performance da rede. Nessa internet de raiz, todo mundo podia ser, em tese, uma UOL, um Terra, uma AOL.

Contudo, as bbs se foram. E, com a popularização da web, em 1994, logo surgiu o site. Agora era mais atraente ficar num chat animado – e com design em cores – do que ficar naquela tela preta do DOS, com sua chata interação através de comandos de teclado. E foi em 1994 que um caboclo chamado Justin Hall, estudante de jornalismo em São Francisco e estagiário da revista Wired, decidiu publicar em seu site,  Justin´s Link, relatos da sua vida cotidiana. Escrevia coisas como o suicídio do pai até às suas aventuras amorosas através desse log (diário) virtual. Hall criava a partir dali um dispositivo de escape para uma solidão típica daquele ano recheado a Guerra da Bósnia, eleições na África do Sul e genocídio em Ruanda. Mais. Ele criava uma forma de constituir uma presença online, estabelecendo relações entre aqueles que compartilhavam e consumiam vida através, agora, da web. Porque a web, diferente das bbs e sua noção de clube, onde entra quem pode e quem curte “aquele” tema, é um ambiente totalmente aberto, totalmente público.

blog: onde tudo começou

Essa publicização da intimidade revelava um caminho catártico de constituição de si. O site de Justin trazia vida real a ele, mesmo que, na aparência, fosse ele que levasse a sua vida real aos outros.  Foi imediato o aparecimento de toda uma comunidade virtual em torno dos seus relatos. Era aquele devir bbs, de compartilhamento de ideias, de interação mútua e de participação, que se afirmava agora numa cultura nova, baseada no mito da transparência total. Justin Hall tornava-se ali o pai fundador do diário virtual.

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O ativismo depois do clickativismo

Crítica direta e muito boa de Micah M. White contra o clickativismo – a maneira virtual de protesto 2.0, que funciona através da replicação de opiniões usando a estratégias de RTs, replies, menções, subscrições, “sign-ups”, curtições, hashtags, atualizações, postagens coletivas, diggagens, tudo muito próprio à cultura da visibilidade aberta pela “economia do link”. Embora a ação online possa gerar agitação (buzz) na rede, na prática, segundo o autor, o clickativismo não altera em nada a realidade, ao contrário, só faz criar uma nova forma de exercício do conformismo ou, o pior, o cinismo político. A contrapelo, o autor destaca que a internet continuará sendo a base da produção de discursos que irão desconstruir a visão consumista predominante.

A existência de uma “memewar” é algo que opõe os ativistas (com suas “bombas mentais” na internet) e os propagandistas do consumismo (que ganham reforço com os clickativistas). Contudo, lembra o escrtor, é a capacidade de mudar a realidade social que deve ser a principal métrica a ser analisada, para que a participação cidadã não se restrinja à capacidade de um assunto se tornar hype e de um movimento, celebridade.

Um trechicho do artigo original com tradução livre:

O Clickativismo é a poluição do ativismo misturado à lógica do consumo. (…) O que define o clickativismo é uma obsessão com métricas. Cada link clicado ou email aberto é meticulosamente monitorado. (…) Com um apelo massivo, clickativistas diluem suas mensagens através de chamadas para ações que são fáceis, insignificantes e impotentes. As campanhas buscarm inflar de percentuais a participação, e não derrubar o status quo. Ao final, a transformação social é comercializada como uma marca de papel higiênico.

Superávit cognitivo, criação e ação midiática em rede, por Clay Shirky

Mais uma das ótimas palestras de Clay Shirky em que ele demonstra como tempo livre (superávit cognitivo) da multidão em rede combinada à realidade da cornucópia de ferramentas de mídia produz uma diversidade informativa, intelectual e criativa na atualidade contemporânea. Diz ele:

O panorama da mídia do século XX era voltado para as pessoas consumirem. em consequência, nos tornamos ótimos consumidores. mas agora temos ferramentas de mídias – internet, telefones móveis – que permitem que façamos mais que apenas consumir, o que estamos vendo é que as pessoas não era acomodados porque queria ser assim. eram acomodadas porque essa era a oportunidade que nos era dada. Claro, gostamos de criar e compartilhar. E é a combinação dessas duas coisas – a antiga motivação humana e as modernas ferramentas que permitem reunir essa motivação em esforços de larga escala – que são o novo recurso de criação. Ao utilizarmos superávit cognitivo, estamos passando a ver experimentos realmente incríveis na ciência, na literatura, na arte, no esforço político. Criação.

Compre camisetas na internet

Eu adoro camisetas. Sempre gostei, mas achava que usá-las em excesso era complicado, sobretudo em ambientes muitos formais. Hoje tenho camisetas até para esses lugares mais caretinhas (dominados pelos “camisa listradas de manga”). :)

Então, resolvi listar lojas de camisetas online bem legais para vocês gastarem uma graninha no Natal:

Chico Rei. É a minha favorita. (estampas são bem objetivas e brincam muito com a cultura pop e a cultura nerd).
Sambaclub. Gosto das estampas ambientais e da pega bem brasileira da marca.
Banca de camisetas. Eu gosto das femininas, que compro para ma femme.
Humor Chique. Segue estilo camisetas engraçadinhas. A loja tem ampla variedade e custo bem barato.
Non sense. Comprei muito durante a época que curtia camisetas com estampas de personagens do cinema.
Rock Store. Camisetas para quem curte estilo underground.
Zazzle. Loja gringa, que entrega bem direitinho tudo que vc compra por lá. Legal lá é que você pode fazer upload da sua estampa e comprar no atacado.
Reverbcity. Camisetas estilo xadrez à la Los Hermanos e também estampas com design muito elaboradas.
Camiza 10. Ainda não comrpei nada lá, porque a camiseteria é nova. Mas estou esperando só a grana chegar.
Humoda. Para os engraçadinhos.
Anonymous. Corra, porque as camisetas são lindas e se esgotam rapidamente.
camiseta Records. Para você que é assim, blasé.
Loja geek. Com temáticas geeks. É ótimo para você que curte coisas como linux, apple, bittorrent etc.
Jaeh. Com estampas bem criativas e diversificadas. Uma das minhas preferidas.

Usemumps. Bem ligada à cultura pop. Um pouquinho indie também.
Mundolol. Camisetas para quem usa óculos com estilo.