Negri e Hardt refletem sobre o #OcupaWallStreet


“Muito se tem dito sobre mídias sociais como Facebook e Twitter, sempre usados nos acampamentos. Esses instrumentos de rede, evidentemente, não criam os movimentos, mas são ferramentas úteis, porque, em vários sentidos, correspondem à estrutura dos experimentos horizontais e democráticos dos próprios movimentos. Em outras palavras, o Twitter é útil, não porque divulga eventos, mas porque reúne as ideias de uma grande assembleia, para uma específica decisão, em tempo real”.

The Fight for “Real Democracy” at the Heart of Occupy Wall Street” – Artigo novo de M. Hardt e A. Negri, traduzido para o português por Vila Vudu.

Conferência magnífica de Claudio Ulpiano sobre liberdade

baruch_spinoza

 

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Um dos mais brilhantes filósofos brasileiros faz longa argumentação sobre “pensamento e liberdade em Spinoza”. Há uma bela passagem em que Ulpiano faz duras críticas à noção de consciência (o primeiro gênero do conhecimento spinozista). Para ele, todo Ocidente embarcou na concepção socrática em que o centro do homem é a sua consciência, quando, para Spinoza, esta é apenas efeito das forças externas que atravessam o ser humano, portanto, o ser humano consciente é sempre submisso às forças exteriores a sua vida.

“Há um perigo imenso de sermos governados pela consciência porque temos hoje uma pedagogia que nos constitui apenas como consciência. Por quê? Porque a pedagogia do Ocidente – a pedagogia das forças do capital – se preocupa em produzir seres fortes no campo econômico, mas sem nenhum força no campo político. Vocês procurem qualquer família por aí e verão que toda questão dela é reproduzir uma criança sadia e forte no campo econômico, mas que não tenha força no campo político. O que quero dizer é que se nesta família passa uma literatura, ela passará sem força; se nesta família passar uma filosofia, passará sem força, porque é questão do nosso campo social é apenas produzir consciências”.