“Qualificar primeiro e depois expandir [os pontos de cultura] não faz sentido”, diz Ivana Bentes

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Em artigo publicado no blog Trezentos, a professora da Escola de Comunicação da UFRJ Ivana Bentes criticou a visão burocrática de Marta Porto, secretária do MinC, que pontuou que o futuro dos pontos de cultura passa primeiro pela sua qualificação e não pela sua expansão. O tema é bom para o debate, porque efetivamente os pontos vivem dilema da susteqntabilidade e enorme dificuldade de relação com a burocracia estatal, o que lhes criam embaraços e impedimentos. Contudo, de outro lado, só a expansão dos pontos dará a eles um volume de profissionalização que permitirá uma maior qualificação de suas atribuições e processos administrativos. A questão, portanto, se torna ainda mais política. No meio de tudo, os precários dos pontos esperam os recursos atrasados serem pagos pelo MinC, que finge que eles (recursos e pontos) não existem.

A questão foi colocada várias vezes pela Secretária do MinC, Marta Porto, na primeira reunião com a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, em Brasilia.  A meu ver não existe incompatibilidade entre “expandir e qualificar”! Ao contrário, é a expansão e suas dinâmicas que qualifica, muito simplesmente a rede. É  o processo todo que vai qualificando a rede e o Programa Cultura Viva, um dos mais inovadores em termos de Politicas Públicas no Brasil, apesar dos muitos problemas de gestão. Esse velho dilema foi muito usado pela aristocracia economicista que vem desde lá o Delfim Neto que dizia “primeiro fazer crescer o bolo e depois dividir” e nessa de esperar crescer o bolo, os recursos, a economia, iam privilegiando só uns poucos. A nova fórmula:  “qualificar” primeiro e DEPOIS expandir também não faz sentido. São argumentos “dualistas” que não levam em conta os processos.

ps: não consegui identificar, via Google, a declaração da Marta Porto (em quem confio muito). Mas usando os termos “Marta Porto qualificar pontos” só consegui achar o artigo da Ivana e a sua repercussão na internet à fora. Impressionante.

“qualificar” primeiro e DEPOIS expandir também não faz sentido

Benkler: “Por 150 anos tivemos uma economia da informação. Mas ela era apenas industrial”

Nesta palestra, Yochai Benkler faz um balanço sobre o modo de produção na sociedade digitalizada. Diferente das abordagens que fixam o informacionalismo como superação do industrialismo, Benkler vai no sentido oposto, argumentando que a economia da informação já exista há 150 anos, mas totalmente atrelada às dinâmicas fabris do capitalismo industrial. “Em 1835, James Gordon Bennet fundou o primeiro jornal de circulação de massa na cidade de nova York. E custou cerca de 500 dólares para começá-lo. Em 1850, fazer a mesma coisa chegaria a custar dois milhões e meio de dólares. (…) O que significa que aqueles que estavam produzindo tinham que ter um meio de levantar dinheiro para pagar aqueles dois milhões e, depois, mais para o telégrafo e o transmissor de rádio, e a televisão, e eventualmente a central de rede. Foi assim que a informação e o conhecimento foram produzidos pelos próximos 150 anos”, aponta.

Contudo, com o advento da internet, a tendência da “economia da informação” foi mudada. Hoje há um novo modo de produção social, que passa pela economia das trocas e do compartilhamento de ideias e dados. “Pela primeira vez depois da revolução Industrial, os meios mais importantes – os componentes mais importantes das atividades econômicas centrais – estão na mão da população em geral. Nós temos capacidade de comunicação e computação nas mão da população, e nós temos criatividade humana, sabedoria humana, experiência humana”.

Benkler, destacado pesquisador sobre a produção colaborativa, insiste na determinação de uma economia dos bens comuns, que é capaz de produzir com mais rapidez e mais qualidades processos de inovação, a aprtir de novos parâmetros de governança (a colaboração social) e novos modelos de propriedade intelectual.

Imperdível vídeo.

Cavana Mídia Livre Cachoeiro

midialivreE nos dias 18 e 19 de setembro a Caravana Mídia Livre desembarca em Cachoeiro de Itapemirim para realizar o seminário aberto Nós Somos a Mídia: rumo ao II Fórum Nacional de Mídia Livre.

A Caravana Mídia Livre vai rolar na Faculdade São Camilo, na próxima sexta e sábado (18 e 19 de setembro). As inscrições para oficinas e conferência livre estão abertas no site do Fórum.

Galera da blogosfera do Sul do Estado, uni-vos!!!!