sobre a ciberpolítica pós-Obama

Para quem curte o debate sobre ciberpolítica, segue um ótimo artigo (em inglês), de Crawford Kilian, sobre o impacto da internet nas campanhas eleitorais e na vida política em geral. O artigo é motivado pela exitosa campanha de Barak Obama (em particular, o uso exacerbado da internet).

Destacam-se no artigo alguns argumentos:

  • Clinton e Obama (mas sobretudo Obama) estão a explorar a web para arrecadar dinheiro e recrutar voluntários. Detalhe: essa história de mobilização de um “novo militante” – sem muita ligação ou filiação partidária, mas que participa entregando panfletos, reunindo-se com pequenos grupos etc – é algo muito interessante e, me parece ser, uma dimensão multitudinária própria da internet.
  • a tese é que as tecnologias interativas criaram um novo ambiente político, em que a comunicação é de mão dupla (two-ways). Assim, o marketing político deve, cada vez mais, adotar estratégias interativas nas campanhas. O público quer participar. Ele quer se engajar. E o começo é sensibilizando o público através da internet, principalmente, os estudantes, que têm tempo de sobra para se voluntariar.
  • público de internet adora mashup video, uma nova linguagem também já adotada pelos candidatos democratas. É muito legal ver um vídeo de um discurso de um político todo cheio de referências, que vão de letras de músicas a fragmentos de outros vídeos, numa montagem criativa feito pelos próprios usuários, muitas vezes. Ou um político em diálogo com uma cena de um filme qualquer. Essa mistura de linguagens é muito legal.

ciberpolítica e eleições 2006

No site da revista científica Razon y Palabra (super indicável!), há a introdução do livro Ciberpolítica, de Carmen Fernandes,  que destrincha o impacto do uso da internet nas eleições até o ano de 2006.

Na Intercom Sudeste 2008, assino, junto com o Gabriel Herkenhoff, o artigo A disputa pela produção dos sentidos nas eleições de 2006: a emergência de uma opinião distribuída. O trabalho busca empreender uma análise do papel da Internet, no que tange suas possibilidades de produção de conteúdo (especialmente blogs, Orkut e You Tube) nas eleições presidenciais brasileiras de 2006 e sua vitalidade na construção de um campo de batalha pela produção de sentidos.

referências sobre jornalismo online

Na pesquisa diária sobre jornalismo online, hoje encontrei muita coisa boa. Muito por conta de um ótimo blog, o do André Deak, que realmente não conhecia. Por lá, você chega em muita coisa bacana sobre jornalismo online, mas fiz uma compilação de coisas muito básicas:

1. o próprio blog do André Deak, que tem também um wiki cheio de ótimas referências sobre internet e jornalismo.

2. o wiki do curso Questões Contemporâneas do Jornalismo Jornalismo, do Antonio Granado, que aliás li seu livro, Weblog – diário de bordo, no último final de semana.

3. O blog Ateneu Popular. Ótimo para quem curte infografia e outras coisas mais.

metamorfose do conceito de notícia

Via o blog E-periodista, li a citação do diretor da Time sobre a mudança no conceito de notícia (informar o contexto) após o advento da internet, transponha-a de forma literal:

La concepción original de Time era apenas una recapitulación de las noticias de la semana. En mi opinión, esa noción básicamente ha desaparecido en la era de internet, donde aquello que clásicamente se conocía como ‘noticia’, sea lo que demonios sea, se ha convertido en un producto común [commodity]. Ahora lo que importa es aquello que puedes añadir a lo que la gente ya sabe, poniéndolo en contexto, dándole perspectiva, amplificándolo, proporcionándole profundidad.

Newsweek e os blogueiros

De novo, internet e política. Nos EUA, a Newsweek resolveu inovar. Criou um espaço online (The Ruckus) para que blogueiros façam análises políticas sobre as eleições presidenciais de 2008.  A idéia é que eles (são 9 ao total) insiram neste espaço as principais idéias e argumentações que rolarão na blogosfera na época das eleições.

Exemplo bom de união entre a midiasfera e a blogosfera. Exemplo que reforça a tendência da expansão do diálogo público online. É a opinião pública se metamorfoseando.

Via: Periodismo Ciudadano

2 em cada 3 adolescentes se expressam online

Segundo a mais nova pesquisa do Pew Internet and American Life Project, 2/3 dos adolescentes nos EUA se expressam online. E mais:

– 40% hospeda suas criações artísticas online;
– 28% possui blogs;
– 55% tem perfil em redes sociais como Facebook e MySpace.
– 76% já fizeram comentários em blogs (achei esse dado o mais interessante).
– Os meninos postam mais vídeos que as meninas (o dobro, segundo a enquete).
– Colocar uma foto online é a maneira mais rápida de iniciar uma conversação (no Brasil, quem é usuário do Orkut sabe disso: é só o sujeito mudar o seu álbum, e já se inicia uma enxurrada de scraps).

Via Transnet

moderar ou não os sites políticos?

Olha aí artigo no El Mundo sobre política e internet. O ano de 2008 será de eleições municipais e, para mim, a internet vai ocupar um lugar maior do que ocupou na eleição de 2006.

Neste artigo, chamado A rede não é dos partidos (La red no es de los partidos), o autor critica o fato de os partidos estarem a censurar, antes ou depois de publicadas, as mensagens de cidadãos em seus sites.

É aquele dilema, o que fazer com a lógica aberta da internet? Moderamos ou não os comentários? Colocamos algum filtro contra os trolls? No caso da política, deixamos a opinião contrária no espaço de visibilidade política de um candidato?

Via: Blog do Enrique Dans