Aproximando-se da fanpage da candidata do PT à prefeitura de Vitória

IrinyFanPage

 

A fanpage da candidata do PT a Prefeitura de Vitória, Iriny Lopes, também é marcada por interação baseada mais em likes do que comentários. De 5 mil fãs, apenas 306 participam da campanha (isso desde 23 de agosto, quando extrai os dados). Mas 1300 pessoas estão falando da Iriny, número 4 vezes maior do que na fanpage de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB). Como sabemos, toda fanpage serve para catalizar um trabalho cooperativo, em que o fã pode publicar material de interesse do “ídolo” dentro da fanpage. Quanto mais posts de fãs, mais atuante fica a fanpage. E essa atuação, em geral, encoraja mais pessoas a publicar/comentar material novo na fanpage. A fanpage de Iriny possui 92% de curtidores. E 8% de comentaristas.  O que demonstra que a página ainda é bastante top-down.

Em relação ao seu adversário Luiz Paulo Vellozo Lucas, Iriny possui uma rede mais heterogênea e clusterizada, embora, no Facebook, as redes locais se comportem de modo mais fechado mesmo, formando quase sempre um grande grupão. Por motivo simples: as pessoas que conformam a rede da Iriny são amigas no FB. Assim os perfis estão bastante unidos. De qualquer modo, a rede Iriny está mais agitada. A turma da campanha está mais ativa online.

Mas vale a crítica: a atividade dos militantes do PT ainda se reduz a curtição de posts na fanpage; esta continua sendo posicionada como um “blog dentro do Facebook”, no lugar de um espaço de articulação da militância.

Segue o arquivo pdf para que você veja a imagem no detalhe. No gráfico, trabalhei os filtros de modularidade (comunidades) e de Autoridades da rede. Usei o NodeXL para extrair os dados. E o Gephi para visualizar.

PS: falta a campanha a netiqueta que está sendo utilizada este ano pelas assessorias: indicar os conteúdos produzidos pela #assessoria e aqueles escritos pelo candidato nas redes sociais. Aliás, netiqueta que vale para todos.

PS2: olhe com mais zelo para a imagem e responda com quem ela se parece.

O #12M nas redes Sociais e o micropoder

O Laboratório de estudos em Internet e Cultura (LABIC), que coordeno aqui na UFES, começa – em parceria com o Medialab/UFRJ, a desenvolver um processo de cartografar controvérsias na internet. Controvérsias políticas é a nossa praia. Estamos na fase de aprendizado com os softwares de visualização e input de dados, que são extraídos de diferentes redes sociais.

Neste post, Gabriel Herkenhoff, pesquisador do Labic, faz a primeira incursão no mundo dos grafos da mobilização política ocorrida, na Espanha, no dia 12 de maio, o chamado 12M. É apenas o começo. Fizemos o grafo (há inúmeras formas de visualizá-lo – estamos estudando todas elas) e, agora, vamos começar também a analisar o conteúdo e a cultura instalados nos perfis que participaram da mobilização espanhola.

Curiosamente, ao analisar a rede do# 12M, vimos o seguinte:

os processos de espalhamento e difusão de mobilizações políticas passam, necessariamente, por um atuação minúscula, uma atuação menor. A intuição, inclusive, é de que essas mobilizações estejam prodfuzindo um novo tipo de blogueiro: o que atua direto da rua de modo streaming. Um “blogueiro streammer”.

Essa  política em rede, onde os nós atuam (ou seja, não apenas vêem tudo de longe), faz dela uma forte ação de centenas de pequenos grupos, embora, ao mesmo tempo, não deixe de constituir seus próprios pop stars (hubs). O hub, em mobilizações políticas, não é algo dado. O hub não existe; é um sujeito também emergente. Um sujeito que acontece. Isso pode está a explicar o fato de vermos cada vez mais o aparecimento “políticos que acontecem”, ou seja, que são produzidos pelo trabalho da multidão em rede. Mas é um político de novo tipo: só existe como (e na) mobilização. Estamos no começo das análises, mas já dá pra ver que a visão do maketing de buscar “celebridades” nas redes sociais é um tanto quanto uma invenção massiva dentro das redes, pois, afinal, quem compra é influenciado mais pelo “tratorada de espalhamento da informação pelos nós minúsculos” ou pela força da difusão das celebridades das redes sociais (os hubs), mesmo sabendo que estes não tnham uma capacidade de criar sozinhos (ou com seus fãs mais mobilizados) uma mobilização agressiva na rede?

Estamos só começando. A análise das mobilizações do #12M no Twitter, tim tim por tim tim, está aqui.