O ativismo depois do clickativismo

Crítica direta e muito boa de Micah M. White contra o clickativismo – a maneira virtual de protesto 2.0, que funciona através da replicação de opiniões usando a estratégias de RTs, replies, menções, subscrições, “sign-ups”, curtições, hashtags, atualizações, postagens coletivas, diggagens, tudo muito próprio à cultura da visibilidade aberta pela “economia do link”. Embora a ação online possa gerar agitação (buzz) na rede, na prática, segundo o autor, o clickativismo não altera em nada a realidade, ao contrário, só faz criar uma nova forma de exercício do conformismo ou, o pior, o cinismo político. A contrapelo, o autor destaca que a internet continuará sendo a base da produção de discursos que irão desconstruir a visão consumista predominante.

A existência de uma “memewar” é algo que opõe os ativistas (com suas “bombas mentais” na internet) e os propagandistas do consumismo (que ganham reforço com os clickativistas). Contudo, lembra o escrtor, é a capacidade de mudar a realidade social que deve ser a principal métrica a ser analisada, para que a participação cidadã não se restrinja à capacidade de um assunto se tornar hype e de um movimento, celebridade.

Um trechicho do artigo original com tradução livre:

O Clickativismo é a poluição do ativismo misturado à lógica do consumo. (…) O que define o clickativismo é uma obsessão com métricas. Cada link clicado ou email aberto é meticulosamente monitorado. (…) Com um apelo massivo, clickativistas diluem suas mensagens através de chamadas para ações que são fáceis, insignificantes e impotentes. As campanhas buscarm inflar de percentuais a participação, e não derrubar o status quo. Ao final, a transformação social é comercializada como uma marca de papel higiênico.

1 Comentário

  1. Olá,
    Faço Ciencias Sociais e pretendo estudar as redes sociais,em especial o twitter.
    Vi um um tweet seu e acabei achando sua página.
    Enfim..estou com dificuldade para encontrar literatura sobre o assunto.
    Se vc puder me indicar alguns autores seria ótimo!
    Pensei inicialmente em contrapor a idéia de Theodor Adorno de indústria cultural e essa nova forma de se produzir informação que surgiu com a internet,em especial o twitter(depois de ler o artigo do seu blog sobre “clickativismo” não sei se concorda com minha opinião..mas vozes dissonantes são tão bacanas quanto as não!)

    Obrigada!

    =)

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