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Um dos mais brilhantes filósofos brasileiros faz longa argumentação sobre “pensamento e liberdade em Spinoza”. Há uma bela passagem em que Ulpiano faz duras críticas à noção de consciência (o primeiro gênero do conhecimento spinozista). Para ele, todo Ocidente embarcou na concepção socrática em que o centro do homem é a sua consciência, quando, para Spinoza, esta é apenas efeito das forças externas que atravessam o ser humano, portanto, o ser humano consciente é sempre submisso às forças exteriores a sua vida.
“Há um perigo imenso de sermos governados pela consciência porque temos hoje uma pedagogia que nos constitui apenas como consciência. Por quê? Porque a pedagogia do Ocidente – a pedagogia das forças do capital – se preocupa em produzir seres fortes no campo econômico, mas sem nenhum força no campo político. Vocês procurem qualquer família por aí e verão que toda questão dela é reproduzir uma criança sadia e forte no campo econômico, mas que não tenha força no campo político. O que quero dizer é que se nesta família passa uma literatura, ela passará sem força; se nesta família passar uma filosofia, passará sem força, porque é questão do nosso campo social é apenas produzir consciências”.