O blogueiro Paulo Coelho

Essa é boa. O mago da literatura mundial agora resolveu monopolizar audiência na web 2.0. Paulo Coelho tem um blog. O diário foi criado para divulgar seu novo livro, A Bruxa do Portobello. Um terço do book vai ser publicado no blog. Depois do lançamento do livro, o blog vai ser um espaço de discussão. O blog do cara pode ser lido em português, inglês, francês, italiano e espanhol. Parece que vai lançar um vídeo no Youtube também, tipo, “uma entrevista exclusiva para você, multidão”. É o espetáculo assediando a mídia da multidão.

No fundo, no fundo, trata-se de um folder interativo. Nada mais. O resto é estratégia de marketing: aproximar Paulo Coelho da “cultura do espalhe”, “da cultura viral da rede”. Me poupe!

Via Blog de Guerrilha.

Declaração de independência da blogosfera

Via Juan Freire, um texto que entra no roll daquelas manifestações típicas de blogueiros: escrever sobre a importância de blogar. Dessa vez a narrativa utilizada é na forma de manifesto. Alguns benefícios do blogar:

Rompe o código fechado do elitismo, dos fundamentalismos de todo tipo. Inaugura a coversação e a transversalidade intelectual.

De fato a possibilidade de ter uma participação mais ativa na construção da opinião pública é um marco do quinto poder (os blogs e as tecnologias colaborativas, como o Wikipedia)

Rompe com as idéias aceitas sem questionamentos e críticas, (…) recombina a informação para observar a realidade desde outros pontos de vistas

Participei de tanto blogs colocando minha opinião, via comentários, que teve alguns momentos que mudei mesmo a minha opinião, ou pelo fiquei mais tolerante, ou pelos menos “menos senhor da razão”, doença que realmente acomete dos professores universitários.

A internet oferece um espaço virtual de liberdade, autônomo em relação às autoridades do mundo físico. Mas esta independência será sempre temporal, em qualquer momento é suscetível de terminar-se e de reiventar-se o de reinventarse; portanto aproveite esta indpendência transitória intensamente.

Pra mim, eis o núcleo da linguagem blogueiro: a autonomia na produção da linguagem, que está associado com o aumento de singularização dos nossos dias. Não dava mais para assistir Gugu, Faustão e Fantástico. Sentíamos incômodo em ter a massa como a única alternativa. Os blogs e as mídias participativas é uma resposta a esse vazio de autonomia em que a cultura de massa se ancorou há anos.

Queria acrescentar uma coisa a essa declaração de Juan Freire:

– o blog possibilita a criação de uma obra aberta. Vocês, vejam, de um post do Freire surgiu uma invenção, um desdobramento, uma dobra. A possibilidade de diálogo, ao mesmo tempo, de singularização do texto é algo que fundamenta a ética blogueiro, baseada principalmente na lógica do “blogueiro linka blogueiro”. E assim criamos uma comunicação baseada no eco e não na difusão.

 

 

A briga de Sarney com a blogosfera

O ex presidente Sarney está processando uma blogueira amapaense na Justiça. O alvo da investida jurídica é contra a jornalista Alcinéa Cavalcante. Tudo começou porque a coleguinha publicou uma imagem do presidente com as singelas palavras: Xô, Sarney! Uma campanha contra o voto no senador maranhense.

A Justiça (pasmem!) chegou a mandar tirar várias mensagens do blog do ar. O resultado está sendo péssimo para Sarney: uma profusão de mensagens em rede contra o candidato, além da assinatura de uma petição – contra esse atentado à liberdade de expressão – assinada por vários blogueiros (no próprio blog da jornalista).

Veículos de massa a família de Sarney tem vários. Utiliza-os sempre ao seu proveito. O problema é que a blogosfera é livre e detesta os barões midiáticos. Aí… Sarney está sendo massacrado pelos blogueiros, que vão ecoando a mensagem: Xô, Sarney!

Via Polimidia!

PS: o blog está fora do ar. Mas, como o blog é um rizoma, é difícil tirá-lo do ar. A blogueira já hospedou o blog em um servidor internacional, o BLogger. Assim, a Justiça Brasileira não enche o saco. Como dizia MArx, o Estado é o braço armado do capital.

Somos argentinos

Para alegria de quem tem o sonho de integração latino-americana, o Brasil e a Argentina selam o acordo histórico que dá aos seus expatriados os mesmos direitos civis, sociais, políticos etc do país onde ele está residente. Se um argentino há anos está por aqui, ralando, estudando etc, tem agora os mesmos direitos que os brasileiros.

Que a idéia comece a se expandir nas relações com os outros países latino-americanos.

Na globalização, a saída é os países criarem relações de interdependência mais do que ficarem massacrando um ao outro.  Bola dentro do governo Lula!!!!

Wikia: colaboração e mundo da política

O inventor do Wikipedia, Jimmy Wales, lançou em julhor uma plantaforma colaborativa cujo objetivo era melhorar a política. Trata-se do Wikia, um espaço coletivo de debate de idéias e produção de conhecimento sobre o mundo da política. O site segue a lógica da web 2.0: informação produzida e gerenciada pelo próprio usuário. A versão tupiniquim do Wikia saiu agora do forno e foi desenvolvida pela equipe do Portal do Voluntário, coordenada por Bruno Ayres (dá-lhe Brunão!!).

No Wikia português dá pra conferir o manifesto lançada por Wales e se aventurar na inserção de artigos e verbetes sobre a política, bem rememorar casos de corrupção, de conquistas sociais, informar-se sobre políticos etc.

Os autores de blogs e wikis estão agora inventando uma nova era da comunicação, e é minha convicção que este nova comunicação vai inventar uma nova era da política. Se a comunicação de massa nos trouxe a política de massa, a comunicação participativa vai nos trazer a política participativa. Um diferencial do mundo dos blogs e dos wikis é que não é preciso pedir permissão para fazer as coisas acontecerem. Se alguma coisa precisa ser feita, façamos. Ora, campanhas políticas precisam parar um instante e se dar conta da existência da Internet, se dar conta dos blogueiros, se dar conta dos wikis, e se relacionar conosco de uma maneira construtiva. Este website, Campaigns Wikia, tem o objetivo de reunir pessoas de diferentes perspectivas políticas que podem não compartilhar muita coisa, mas compartilham a visão da política democrática como um debate com as idéias sérias de opositores inteligentes, como a mobilização e motivação de pessoas comuns a se envolverem e se preocuparem com a política para além das mensagens televisivas.

A edição é necessária para combater o vandalismo?

Na Alemanha,ocorre um grande esforço dos responsáveis pelo Wikipedia por diminuir o número de verbetes que têm sido escrito com informações falsas. O esforço se tornou necessário porque as autoridades germânicas prometem até fechar o wikipedia se conteúdos difamatórios e mentirosos se multiplicarem.

A solução desse “esforço” seria a implantação do conceito de sistema no lugar do de comunidade (este é o que caracteriza a a enciclopédia). Ou seja, quem quiser escrever verbete teria que se cadastrar. Assim o site se tornaria um espaço mais centralizado (um sistema), sendo possível localizar facilmente os autores de possíveis “gracinhas”.

A segunda medida é a adoção da figura do editor. O editor, ou melhor, os editores seriam os usuário mais velhos e com atuação contínua na escrita de verbetes do Wikipedia. Esses editores teriam acesso a uma interface onde se localizaria os novos verbetes. Leriam e aprovariam ou não. Esse tipo de estratégia já é adotada em muitas “plataformas colaborativas”, como o Overmundo, no Brasil.

Dessa história tenho concluído que a mediação do editor no sites colaborativos começa a se justificar pela necessidade de controlar o vandalismo de usuários que buscam degradar atitudes mais democráticas e colabroativa na produção de informação. Contudo, a figura do editor, neste caso, restringe que as informações sejam publicadas imediatamente, afugentando usuários que crêem ser possível a produção de cohecimento auto-gerido, o que seria tipicamente o ethos que constitui o “ser Internet”, mais especificamente, a nova fase participativa da web (web 2.0).

Talvez a primeira opção seja a melhor alternativa. A segunda, de fato, mata a experiência wiki. Passa a ser mais uma experiência midiatizada e mediatizada do que livre e colaborativa.

Mais um sistema opercional livre

Já não bastava o Linux, agora surge um novo sistema operacional: Syllabe. Mais um para fazer frente a Microsoft, que cada dia aumenta sua interrogação sobre se abre ou não o código fonte do Windows.

Syllable arranca en menos de 10 segundos, la interfaz de usuario está integrada en el propio sistema operativo, dispone de sistema de archivos con journalling basado en el del BeOS. Tienes CDs-vivos de menos de 35 mb. Pag en inglés

Via Meneame.

O quinto poder

Via Meneame, leio um artigo titulado O quinto poder, publicado no Alianzo, por José Moral,  cuja tese é a defesa da blogosfera como o mais importante vigilante atualmente do quarto poder (a imprensa), já que os blogs tornaram-se um espaço legitimado de produção de opinião e de mediação entre meios de comunicação e sociedade. Tornaram-se um locus fundamental de conversação sobre assuntos diversos e ainda um contraponto à visão unilateral dos massa media, principalmente a da imprensa.

Tal y como comentaba el otro día con Alvaro Andoin, el reinado del periodista como selector de lo que debemos leer está a punto de concluir. Al principio nos costará acostumbrarnos, pero es mucho más sano disponer de medios sociales que de una oligarquía de periódicos y televisiones controlados por cuatro empresas ultrapoderosas