Leitor versus jornalista

Deu no Terra Informática: Imprensa perde espaço para o ‘jornalista-cidadão’. A matéria é uma entrevista com Dan Gimor, autor do livro Nós, a mídia. O cara lista uma série de sites criados por leitores não-jornalistas que se tornaram fundamentais para outros leitores se tornarem mais informados sobre o “mundo moderno” (adoro usar esse clichezinho!)

“Com as novas tecnologias, como a internet e o celular, a mídia se democratizou. Não no sentido de maiores direitos das pessoas, mas de maior participação de todos na comunicação”, disse Gillmor, em palestra na terça-feira.

Tendência dos jornais: serem redes sociais?

Estava ler um post, escrito por José Moral, que sustenta a tese que a maior mutação atual da rede reside na emergência de sites que cumprem a função de provedor de conteúdos ao mesmo tempo que são redes sociais. É o caso do Youtube, Orkut, Blogs etcetera. De fato, não há como ser blogueiro sem deixar de ler e se relacionar com outros blogueiros (neste sentido, estar em ou criar uma rede social, é fundamental). O Youtube, idem. Não há como não publicar um vídeo sem conhecer pessoas que têm os mesmos interesses audiovisuais que os seus.

Mas o interessante do post é a tese que o jornal tende a se transformar em um conteúdo produzido por uma rede e em rede. Não, não é isso. O jornal tende a se abrir aos usuários, fazendo com que eles possam produzir informação que seria estampada na home dos jornais, como se um novo gênero jornalístico nascesse. Continue reading

Um blog livre

Persona fundamental para o movimento colaborativo brasileiro, Sergio Amadeo agora entra na blogosfera. Seu blog, com um estilo bem analítico,faz sempre reflexões de qualidade sobre as apropriações privatistas da tecnologia e a capacidade dos movimento de resistir a isso ao mesmo tempo de produzir inovações.

Comunicação viral é o conceito de um sistema de comunicação livre de infra-estrutura, em que os usuários fazem sua própria infra-estrutura. Essa forma de comunicação pode ter o mesmo nível de impacto que a internet teve sobre a comunicação conectada por redes de fios e fibras ópticas. A comunicação se dará como no caso da disseminação de um vírus. Tal como o vírus se prolifera contaminado a célula vizinha, a comunicação viral terá como o agente de propagação os computadores mais próximos. A máquina de seu vizinho servirá para fazer sua mensagem ser transmitida ao vizinho de seu vizinho e assim por diante até chegar ao destino.

Un ano de Katrina

Depois de um ano da tragédia em Nova Orleans, provocada pelo furacão Katrina,grande parte da população (principalmente a negra pobre) ainda não voltou para cidade, vivendo em abrigos e às custas do governo (que só liberou 30% dos recursos prometidos), segundo informa o site International Alliance of Inhabitants.

Pessoas são forçadas pelo governo a viver com 123 dólares por mês, outras vivendo a milhares de kilômetros ou simplesmente desaparecidas. A maioria dessa população é formada por pobres afro-americanos, que sofrem em pensar que 38 dos 47 distritos pobres de Nova Orleans foram literalmente destruídos pela força do Katrina.

Um post interessante sobre o tema:

Notícias de Nova orleans, pós Katrina — escrito seis meses depois da tragédia, no blog Biscoito Fino e as Massas, de Idelber Avelar. Neste mesmo blog há um conjunto de posts maravilhoso sobre o desdobramento do Katrina.

Especiais Jornalísticos do El Mercurio, Chile

Continuo com a minha tara de colecionar especiais jornalísticos online. Agora acabo de me apaixonar pelos especiais do El Mercurio, jornal online chileno. Há um ótimo sobre os 30 anos do punk, outro sobre o arquiteto Le Corbusier, sobre o poeta Neruda, sobre 500 anos de colonização da América, sobre os 150 anos de Freud.

Há vários, alguns deles em linguagem flash (são os meus preferidos). Atenção para o Especial sobre 11 de setembro. Mas não é o norte-americano. Mas o 11 de setembro chileno: Morte de Salvador Allende e Emergência da Ditadura no Chile. O Especial é fantástico, têm testemunhos de escritores, intelectuais e personagens políticas vivas do Chile.

Queria explicar minha tara pelos especiais:

1. promovem o aprofundamento da cobertura jornalística.

2. no suporte online, conta sempre com grandes inovações de design. Muitas vezes é este o que dá mais ou menos credibilidade a parte editorial.

3. Geralmente são multimídias. Então é uma oportunidade para vermos a convergência no processo de produção jornalístico.

Goear, o Youtube do som

Chegou para ficar. É o Goear. Sabia que não iria demorar para chegar. Em vez de vídeos, os usuários armazenam e distribuem áudio. É um Youtube do som. O usuário pode escutá-lo online. Podem publicar o áudio do Goear em seus sites e em blogs .

Armazenem seus áudios lá. Vamos criar mais um site do excesso. É a cultura do espalhe, agora, no campo do som.

Livre ou aberto?

O genial Richard Stalmann,f undador do movimento do software livre, escreveu um ótimo artigo (tem em espanhol e em inglês) em que diferencia o conceito de aberto e livre. Quem não sabe há uma bifurcação dentro do movimento de produtores de conteúdos não-privados. De um lado, quem defende arduamente a idéia que qualquer produto cultural deve ser uma obra livre, totalmente liberada da propriedade intelectual, livre para circular, para construção de obras derivadas, para comercialização etc. O autor, no caso, é sempre protegido e reconhecido como o inovador, mas não deve exigir restrições ao uso do produto cultural (seja um software, uma imagem, um filme etc). Na outra ponta, há aqueles que pensam que a obra deve ser aberta, mas o autor pode impôr restrições no terreno da propriedade intelectual.

Stalmann está do lado dos livres e radicaliza a luta pela liberação da propriedade intelectual do direito do autor. Para ele este deve exigir a propriedade da idéia, mas não do produto. Ele apóia que qualquer um possa utilizar trechos de poema de Drummond, criando novos poemas. Contudo esse alguém, ao criar um novo poema, seja obrigado a deixar seu texto livre para novas criações. Não deve haver apropriação individualista. Essa é a idéia do copyleft. Uma forma de proteção do autor e da obra. O Linux é assim. Se a Microsoft quiser pegar um pedacinho do seu código de programação para melhorar o Windows, não há problema. Ela só vai ter que disponibilizar o Windows como uma obra livre para que outros possam produzir novas obras. Se não fizer isto, é processada na Justiça, já que o copyleft é uma licença pública, que protege a criação e não o criador, mantendo-a sempre livre.

O texto de Stalmann é uma crítica contundente ao movimento de fonte aberta, que tem um lado positivo (a obra é disponível a todos), contudo, o autor impõe restrições proprietárias.

O significado óbvio para software de código fonte aberto é “você pode olhar o código fonte”. Este é um critério muito pobre em relação ao software livre. Software de código fonte abierto” inclui software livre, mas também inclui programas semi-livres tais como XV, e inclusive algun programas privados como Qt.

Um novo artigo

Acabei de escrever um artigo para ser publicado na revista Global Brasil, editada pela Universidade Nômade, e com circulação nacional em bancas. Titulei de O Quinto Poder, uma reflexão sobre as mídias participativas e colaborativas como determinantes na formação do pensamento,já que este é formado por imagens, opiniões e informações, como diz Castells, ele é então elaborado pela comunicação. Assim, como se forma o pensamento em tempos de blogs, wikis, skype etc? Tentei responder a isto. Inspirei-me, principalmente, nas manifestações chilenas de maio de 2006 e no caso Sarney x blogosfera.

O artigo é curto, mas ficou legal: o-quinto-poder.doc