A Wikipedia que O Globo quer fechar

Como sou leitor diário do Globo Online, fiquei super curioso para ler a notícia Reclamação bloqueia Wikipédia alémã.

wikpedia-na-capa

A notícia narrava a retirada do site Wikipedia (alemão) do ar, devido uma ação judicial de um deputado comunista que se sentia prejudicado, em sua imagem, por um verbete da enciclopédia. Foi então que o leitor do jornal protestou na seção de comentários, dizendo que O Globo divulgava notícia falsa. O Wikipedia alemã estava online, sem problemas algum.

  1. Márcio Vinícius
    16/11/2008 – 22h 47m

    Esse artigo é um tremendo hoax! Leva o leitor a crer que a Wikipédia alemã (até onde eu sei só existe uma e ela está junto com a portuguesa, inglesa, holandesa, etc.) está fora do ar. Esse endereço que aí está não é nem nunca foi “uma página alemã da Wikipedia”, é um site falso, um phishing. A wikipédia alemã (ou em alemão, que seria mais correto dizer) está em http://de.wikipedia.org/ E a matéria não está explicando nada. “A versão alemã do site” seria um outro site?

Veja bem, esses leitores só atrapalham, né?

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web 2.0 e novas narrativas

Artigo – excelente! – analisa como a Web 2.0 constituiu novas possibilidades de pensar a narrativa.  Os autores (ALEXANDER & LEVINE) mostram que a narrativa na web 2.0 se caracetriza por histórias abertas, ramificadas, hiperlinkadas, participativas e – o que mais gostei – imprevisíveis, à medida que tais narrativas se compõem da obra original + a produção que se é gerada a partir dela.  Muitas vezes, um vídeo (ou uma seqüência de) gera novas edições, comentários, críticas, blogs, wikis, outros vídeos-respostas etc. Essa aglomeração produtiva disponível na internet em torno de uma obra (e derivada, é claro, dela), que deve ser nomeada como “narrativa web 2.0”. Me Lembre de muitos casos, como o da Cicarelli, que provocou uma onda de novos vídeos, comentários, blogs etc. Esse artigo é muito seminal porque nos coloca o desafio de pensar a narrativa como um construção exógena ao texto. A narrativa se constitui dentro de um  espaço de conexão, para além dos links internos ao texto, mas principalmente externos a ele.

Lonelygirl15 (http://www.lonelygirl15.com/), que começou como uma série de pequenos vídeos no YouTube, passou a incluir um grande número de comentários, blogs, páginas wiki, paródia de vídeos, vídeos resposta, e um corpo de críticas. Em cada um destes casos, a relativa facilidade de criação de conteúdo web ativa conexões sociais em torno de história e materiais.

por que blogar?

Em comentário ao post da Gabriela Galvão sobre por que se bloga, escrevi o seguinte:

Não sei se blogar é um ato que se resuma a apenas a uma “produção de imagens” de si… Quero acreditar que não. Não é somente uma questão de portfólio.

No final de contas é: alguém quer conversar sobre aquilo que quero conversar?

Talvez essa indagação, própria do blogueiro, se resuma à nossa dificuldade de entender qual é o corpo que estamos a criar na blogosfera.

É então uma questão imanente, né. É uma questão de construir o próprio sentido do mundo, e não se subsumir aos já criados por aqueles poderes transcedentes (a mídia, o Estado, etc).

É aquilo que o Antonio Negri, filósofo que eu curto muito diz, “a verdade é aquilo que construímos”.

Então, o blog é a nossa verdade!