Sem tempo para a mídia

Mehmet Koksal, em seu blog, sobre o que se passa nas periferias, conta que, em conversa com os jovens que participam do motim francês, eles relataram que um jornalista francês fez a seguinte pergunta inteligente a eles: por que queimam carros à noite e não pela manhã? Os meninos: porque de manhã estamos dormindo.

Bela piada. Korksal conta essa anedota (real) para falar que o tempo do motim não é o tempo das redações midiáticas francesas, o que vem dando em uma cobertura racista e incompleta. De certo, há um problema sobre imigração pra ser resolvida, como quer a mídia. Mas este é um problema francês e não dos países dos imigrados, como quer também a mídia e o governo. Novamente: os jovens da periferia são franceses.

Vai mais um relato blogueiro de dentro:

Faz relativamente frio esta noite e os jovens passam o seu tempo a contar as histórias engraçadas sobre os jornalistas que estão nos subúrbios. Lá (na periferia) tem um que me interrogava porque automóveis queimados durante a noite? Disse-lhe que dormia até o meio-dia. O que que há? Queres que a gente acorde de manhã? (risos). Sei que os fatos que a imprensa, mas nosso horário não corresponde com o dos meios de comunicação

Em Paris nada mudou

Em matéria sobre os subúrbios franceses, Korksal mostra que na cidade de Paris nada mudou. Tudo está calmo. A única mudança é os helicopteros que sobrevoam a cidade em direção ao subúrbio. É claro (ou obscuro) a dupla visão da França, de Paris. Korksal relata que assaltos em estações de trem do subúrbio são comuns. Até os ladrões já são conhecidos. Só que não há política de segurança para esses locais. "Laissez-faire, laissez passer", digo eu.

O jornalista ainda declara, em seu blog, que, ao sair de Paris e voltar à noite para Saint-Dennis, tudo também está calmo, contudo, é seguido por um helicóptero, ao chegar na periferia.

Brincadeira!!!!

Testemunho em blogs

Pelo que se vê a população vive uma situação de não poder dormir com os barulhos dos confrontos franceses. É uma situação em que não se sabe difrenciar o que é sonho, consciência ou imaginação. Segundo um relato de dentro do conflito (desculpas pela tradução):

Aqui, não se vê os dias passarem, as noites não se contam mais. Há barulhos de automóveis, de pessoas que urram, gritam, que se insultam. Às vezes ouve-se gargalhadas ou barulhos de crianças. Ouve-se as sirenes dos automóveis de polícias ou os bombeiros, barulho das freiadas dos carros ou das prisões que ocorrem. Quando a noite definitivamente tem-se instalado e a calma das 2 horas da manhã por último tem-se imposto, as janelas abertas e as cortinas tiradas, os néons da viatura adentram na parte inferior da rua , começa o seu jogo de luz, como uma mão tensa que impedir-nos -ia deixar-nos ir num sono definitivo. Como uma porta entre o real e o sonho, a consciência e a imaginação, a vida e a morte. Boas-vindas ao meu mundo.

Blog e o novo maio de 68

Problema sério: foi retirado do ar o blog homenagem às vítimas da polícia francesa. A acusação é que o veículo tenha estimulado as manifestações em que estamos assistindo. A questão era que o blog fornecia informações sobre o "novo maio de 68 francês".

Amanhã, vou tentar fazer um especial sobre a cobertura conteudista do novembro 05 francês.

Tivo e Yahoo juntos

Deu na Folhaonline que Yahoo vai disponibilizar a tecnologia Tivo para os usuários WEB. É pra quem está a fim de assistir TV sem ver propaganda.

O TiVo é uma linha de pequenas caixas que são acopladas a uma televisão comum, expandindo suas funcionalidades. De acordo com o modelo do TiVO, o espectador pode agendar gravações inteligentes de programas (por exemplo, todos os episódios de uma série exceto suas reprises), eliminar comerciais, gravar conteúdo em DVDs, fazer uma busca detalhada por programas em todos os canais, entre outros. (FOLHA ONLINE)

O TiVo pode gravar até 300 horas de programas exibidos nas emissoras norte-americanas e permite, por exemplo, que o usuário veja replays instantâneos das cenas que desejar. Ele também tem um guia de programação eletrônico (EPG) que ajuda a gravar programas da TV. De fácil uso, o guia permite, por exemplo, a busca de filmes de acordo com seu protagonista. (FOLHA ONLINE)

Blogpulse: o medidor de audiência das palavras

Genial!

Lendo meus arquivos feeds, vi um post sobre uma ferramenta chamda Blogpulse. Trata-se de um medidor de audiência na blogosfera. Por exemplo, ao digitar a palavra ufrj e a ufes, gera-se um gráfico mostrando a audiência em posts. O ferramenta é útil para, por exemplo, checar a audiência na blogosfera de dois candidatos em uma disputa eleitoral. O legal é que vc clica lá na ponta da linha do gráfico e chega ao link dos posts que entraram na contabilização da audiência.

Blogs: o conteúdo-afeto

Notícia do Folhaonline mostra uma pesquisa feita Pew Internet and American Life Project, em que 20% dos jovens norte-americanos possuem blogs, o que significa que muitos já produzem suas próprias informações ou relatam seu dia-a-dia na Web.

Interessante: o que motiva a produção de um blog é o desejo de manter as redes de amizade já existentes. Não é focado em um público de massa. A eficácia do blog reside na proximidade, na comunicação e não na informação.Logo um dos efeitos da blogosfera seja criar seja o efeito de proximidade.

Lição para o jornalismo: ao optar por uma narrativa blogueira, deve constituir uma narrativa de contato, de estar próximo, como um recurso para criar uma relação de empatia com o texto. O texto deve ser cheio de impressões de proximidade. Isto porque os blogueiros não estão muito interessados em um distanciamento, mas, ao contrário, querem constituir uma rede de contatos a partir dos contéudos que publicam.

Seria interessante um estudo sobre as marcas empáticas do texto jornalístico para analisar essa nova narrativa.

Amazon vai vender trechos de livros

A Amazon lançou um serviço interessante: a venda de capítulos de um livro. É a napsterização na indústria editorial, tal como já rola na indústria de áudio. A estratégia comercial é conseqüência de um outro serviço a busca no interior das páginas do livro. É algo como folhear a página antes de comprar um livro. Deu tanto certo que agora lançaram o servico de comprar de parte das publicações (Amazon Pages).

A questão que não quer calar: pode em termos de direito autoral? Pode liberar a parte em relação ao todo? Pode comercializar parte de um livro?

Se sim, será que vamos ter problemas com Xerox ainda?

Internet: constrói ou destrói reputações

Lembram da aula hj, quando falava que a Internet é o melhor meio para criar ou destruir reputações. Pois é, em matéria da Folha Online Informática de hoje, o lead é sobre as mentiras deslavadas que estão rolando na Net sobre o desarmamento. Uma delas é um texto assinado pela deputada e juíza Denise Frossard em que ela diz Não. Só que no website dela verifica-se que ela diz Sim. Um trecho da matéria:

" Outra corrente popular e igualmente mentirosa é a que traz um arquivo de áudio com a entrevista de um traficante chamado Xaxim. Durante a conversa com uma jornalista, ele diz que montou uma comissão pelo "sim" no morro do Dendê, no Rio de Janeiro. Mais tarde, o site de trotes Cocadaboa.com assumiu a brincadeira"

É mole!?