jornalismo online e o mito do texto pequeno

Ao contrário do que apregoa muitos manuais, quem acompanha diariamente o desenvolvimento do jornalismo online, já verifica que o jornalismo online já deixou de ser, há um bom tempo, sinônimo de “texto curto”. A minha hipótese é a seguinte: o texto online é do tamanho que comporta a história do fato. Tudo isso graças a memória é ilimitada no online, só existente no jornalismo online (como nos ensina o Marcos Palácios).

E pelo que se vê, o online tem optado por histórias longas nas suas principais informações de capa. Hoje li a notícia de capa do Globo Online, Mãe de Isabela acha que a filha foi mora por ciúmes dela. A opção do jornal carioca é verticalizar bem o texto, sem se preocupar com a quantidade de scrolls. A história é longa e muito hipertextualizada, porque o fato é de grande repercussão e tem já muita informação. Mas se fosse um fato ainda com “pouca história”, mas bem apurado, o texto seria mais curto.

Vou continuar a desenvolver essa hipótese nos próximos posts.

jornalismo e blogs

Especial legal sobre blogueiros e jornalistas. É produzido pelo blog Digestivo Cultural:

Jovens blogueiros, envelheçam, por Rafael Rodrigues

Blogueiros versus jornalistas?, por Lisandro Gaertner

Jornalismo em tempos instáveis, por Luiz Rebinski Junior

Jornalismo de todos para todos, Gabriela Vargas

Blog precisa ser jornalismo?, Rafael Fernandes

Jornalistossaurus x Monkey bloggers, por Diogo Salles

Papel, tinta, bluetooth e wireless, por Tati de Roterdã

referências sobre jornalismo online

Na pesquisa diária sobre jornalismo online, hoje encontrei muita coisa boa. Muito por conta de um ótimo blog, o do André Deak, que realmente não conhecia. Por lá, você chega em muita coisa bacana sobre jornalismo online, mas fiz uma compilação de coisas muito básicas:

1. o próprio blog do André Deak, que tem também um wiki cheio de ótimas referências sobre internet e jornalismo.

2. o wiki do curso Questões Contemporâneas do Jornalismo Jornalismo, do Antonio Granado, que aliás li seu livro, Weblog – diário de bordo, no último final de semana.

3. O blog Ateneu Popular. Ótimo para quem curte infografia e outras coisas mais.

Jeff Jarvis no Público

Boa a entrevista do Jeff Jarvis no português Público.

P: Acha que os jornais e a imprensa radiofónica e televisiva vão acabar, ou é própria profissão de jornalista que está em risco?

Na verdade, sinto-me muito optimista sobre o jornalismo. Acho que há grandes oportunidades de crescimento, se redefinirmos as notícias e o jornalismo em termos latos. As estruturas anteriores do jornalismo dependiam dos meios de produção – a imprensa, a torre de emissões. Isso ditava os meios de distribuição e tudo o resto, mas não era isso que definia o jornalismo. O jornalismo é pessoas à procura de coisas que precisam de saber. Acredito que há oportunidades para o jornalismo colaborativo, com mais pessoas envolvidas.

O Jornalismo e a Crise francesa

O artigo no Le Monde, denominado La crise des banlieues interpelle la pratique du journalisme, mostra as razões pelas quais o jornalismo vem tendo dificuldades de trabalho nas periferias de Paris.

A imprensa tem tido dificuldade de fazer, in locus, a cobertura do motim francês. Por um lado, veículos da imprensa foram interpelados e incediados. Câmeramans tem seu material apreendido pelos jovens e uma equipe de TV foi recebida a bala. Teve uma caso do jornalista pedir ao policial para, com câmera escondida, registrar os conflitos na periferia. Por um outro lado, os jornalistas franceses tomam furos de jornalistas franceses de origem imigrante, pois estes conseguem compreender os ritos e a linguagem do subúrbio, pois vieram de lá. Ao mesmo tempo, muitas fontes, de dentro do conflito, só dão depoimentos se forem pagas. "O problema dos jornalistas é que, sua formação profissional, vê a periferia como um jardim zoológico", diz o secretário nacional do PArtido Socialistas e ex-diretor nacional de direitos humanos.

Um outro ponto do artigo questiona a demarcação do valor-notícia na imprensa francesa. Isto porque a cobertura jornalística tem dado a mesma notícia sobre o evento: X carros são queimados na noite anterior. É todo dia isto. Contudo, essa visão esteriotipada do motim teve uma efeito reverso. Começou haver competição entre as cidades para ver quem queimava mais carros e assim saía na mídia. A mídia notou que estava sendo usada pelos manifestantes e começou a não mais dar o saldo dos carros queimados por cidade, para acabar com a competição entre elas. 'Era uma forma de evitar o efeito hit parade, que tinha a mídia própria criada", aponta o artigo do Le Monde.

Sobre financiamento da autonomia do conteudismo

Bom, sou partidário de que o jornalismo vai se envolvendo cada vez mais no mundo do conteudismo. A pergunta é sempre a mesma: tá, mas quem paga o jornalista, já que ele tende a ter a sua própria mídia/WEB? Resposta: o usuário.

O Wikipedia acaba de anunciar que vai ter versão impressa e em CD_ROM. Isto para ser distribuída gratuitamente na África. A idéia é circular conhecimento. Mas a idéia é boa para quem quer fazer do seu blog, por exemplo, um material para ser vendido no formato impresso.

É correr atrás de uma editora.