MediaOn 2011 debaterá as metamorfoses no ciclo de notícia em tempos de redes sociais

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O 5º Seminário Internacional de Jornalismo Online, o MediaOn2011, debate este ano como o ciclo de notícias tem se alterado em função de um duplo movimento: a popularização das redes sociais (e o respectivo empoderamento do internauta como mídia distribuída) e a emergência de novos arranjos institucionais da produção noticiosa (as organizações sem fins lucrativos emergindo como forma jurídica na produção de jornalismo investigativo, no lugar das formas corporativas tradicionais).

O seminário tem uma atração imperdível: Stephen Engelberg, editor-executivo do ProPublica, organização que se tornou o primeiro veículo independente a ganhar a maior premiação do jornalismo estadounidense, o Pulitzer.

O seminário ocorre do dia 22 a 24 de novembro. A programação completinha do evento tá aqui.

Muito bom. Muito bom.

 

 

 

Cobertura colaborativa: entre a programação e a emergência

É assim: estou começando a estruturar o conceito de “cobertura colaborativa”, que se trata dessa produção noticiosa que é realizada pelos perfis de mídias sociais, já que hoje muito das pautas surgem na rede e executada também dentro dela. É o caso de cobertura como #rockinrio, #egypt, etc etc.

Então vejo que a “cobertura colaborativa” é um novo modo de narrar um determinado acontecimento. E estou a formular o conceito para expandir a concepção que esse tipo de atividades trata-se de “jornalismo cidadão” (não gosto dessa ideia, porque reforça uma visão corporativa de que qualquer narrativa noticiosa, em rede,  é jornalismo, mas não profissional – então inclui o cidadão, mas o exclui ao mesmo tempo).   Nesse artigo que compartilho aqui, eu classifico a cobertura colaborativa em dois tipos: a emergente e a programada.

Estou a começar o trabalho teórico. Vamos ver se, nesta semana, publico mais coisas, aqui no blog mesmo. Leiam e depois me dê um retorno.

Vão existir meios no sentido clássico da palavra? indaga fundador do El Pais.

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Numa aula inaugural na escola de jornalismo do El Pais, intitulada de Wikiperiodismo, Juan Luis Cebrian, fundador do jornal El Pais, indaga-se se haverá meios de comunicação no futuro, pois que cada vez mais as pessoas são capazes de comunicar suas experiências diretamente a quem quer que seja.

Há uma forma de jornalismo – a se desenvolver na rede – de forma instantânea ou muito rápida e cooperativa, na qual os comunicadores das notícias são em geral os protagonistas das mesmas e o efeito de intermediação desaparece.

Seminário Internacional de Jornalismo Cultural. Eu vou!

Evento internacional de jornalismo cultural promovido pelo Itaú Cultural conta com a com a presença de representantes da The New Yorker, The Guardian, UbuWeb, da Associação de Internacional de Pesquisadores da Internet (Aoir) e do MIT, Revista Época, Folha de S.Paulo, Scream & Yell entre outros.


pRINCÍPIOS iNCONSTANTES, p//i, é o nome da terceira edição do Seminário Internacional Rumos Jornalismo Cultural, a ser realizado entre os dias 8 e 10 de dezembro, na Sala Itaú Cultural, com entrada franca. Os princípios, fundamentos e constantes mudanças na prática jornalísticas são as principais personagens do seminário. Com isso, os debatedores convidados vão conversar com o público sobre temas como o valor da crítica de arte, as novas formas de circulação de informação na música, no cinema, no mundo dos livros etc, o desafio de renovar para preservar os leitores e a audiência na era da competição predatória e da emergência de novas mídias e linguagens. Também serão discutidos os novos requisitos exigidos dos profissionais, especialmente editores, entre outros assuntos, segundo a programação abaixo.
Como debatedores foram convidados Blake Eskin, editor de web da The New Yorker, Alex Needham, jornalista, crítico e editor de cultura do site guardian.co.uk, do jornal britânico The Guardian, Cao Guimarães é cineasta, José Castello, jornalista, escritor, Luís Antônio Giron, jornalista, escritor, editor da seção de livros da revista Época, Mia Consalvo, presidente da Associação de Pesquisadores da Internet (Aoir) e professora do programa Comparative Media Studies do Massachusetts Institute of Technology (MIT), entre outros profissionais.
Na primeira noite do evento vão ser lançadas três publicações relacionadas ao programa Rumos Jornalismo Cultural, edição 2009-2010. A revista pRINCÍPIOS iNCONSTANTES, o Mapeamento do Ensino de Jornalismo Digital no Brasil em 2010 e a :singular2
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Itaú Cultural
Av Paulista 149 [50 metros do Metrô Brigadeiro]
de quarta 8 a sexta 10 dezembro 2010
[ingresso distribuído com meia hora de antecedência]
Entrada franca
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PROGRAMAÇÃO
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quarta 8
17h30 O Valor da Crítica
A demanda por novos especialistas no ambiente de profusão e relevância relativa dos artistas. Se o artista se torna “irrelevante” em termos do impacto de sua presença na sociedade, como se processa a crítica? Serão abordados a crise da crítica, os novos sentidos e os mecanismos e processos de validação na mídia tradicional e nos meios virtuais.
com Fabio Malini, Luís Antônio Giron e Stuart Stubbs mediação Jeder Janotti
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O jornalista-empreendedor

PontodeInterrogação

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Artigo para o dossiê O Que é ser jornalista hoje?

Jan Schaffer orienta, com seu artigo “News  Entrepreneuring”, como sair do lerelerê da redação para o mundo maluco dos negócios, virando um “jornalista emrpeendedor”. No artigo (aqui tem uma versão em espanhol), Schaffer mostra que há um crescimento de jornalistas que deixam a redação para montar o seu próprio site. E indica dez caminhos para aqueles que querem dedicar-se à aventura de ser dono do seu próprio nariz (sem fundo de garantia, sem férias e 13º…). Chegue ao final já com enorme preguiça:

1. Faça uma análise do entorno competitivo.

2. Teste-drive sua ideia.

3. Desenvolva o seu wireframe (a concepção, o conceito, o design e tutti quanti).

4. Defina sua estrutura jurídica (ong ou empresa?).

5. Elabore um plano de negócios.

6. Comunique sinteticamente o que é o seu site.

7. Construa um website.

8. Produza conteúdo.

9. Lance o site com muita festa.

10. Comece a contar a história da sua empresa.

A cobrança online transforma jornais em boletins, diz Clay Shirky.

Clay Shirky produziu um excelente artigo sobre o “paywall” das notícias online – a estratégia, reivindicada e implantada pelos jornais de Robert Murdoch, que cobram pelo conteúdo online, criando um pedágio informativo (paywall news). Embora as informações de tráfego desses veículos tenham sido trancadas, Shirky demonstra o fracasso dessa nova estratégia, a partir dos dados das revistas que foram pelo mesmo caminho. Ele afirma que o aumento de assinantes online das revistas decorreu mais por causa da compra dos respectivos aplicativos (para Ipad e Kindle) do que pela assinaturas efetuadas por usuários-web. Assim, devido ao sucesso dos apps, o “paywall news” tem transformado os veículos diários em verdadeiros boletins, focados em públicos compactos e específicos. “O paywall cria newsletters” e reduz a capacidade de circulação de ideias (inscritas nas notícias) em redes sociais, que são um dos principais paradigmas da internet atual.

Desde julho, não-assinantes não podem mais ler histórias do Times encaminhados por colegas ou amigos, nem podem ler notícias linkadas no Facebook ou Twitter. Como resultado, links para notícias do Times agora raramente circulam nos meios de comunicação.

Shirky demonstra que a maior dificuldade para os jornais diários online é o fato de a notícia ser uma commodity: “Quando só você tem uma vaca, você fixa o preço do leite. Agora quando há 50 produtores de leite, se você fixar o preço como desejar, você é destruído pela concorrência”. Assim é o mercado de notícia. No Universo online isso fica ainda mais complexo, porque o “leite” passou a ser extraído por muitos mais concorrentes: rádios, canais de televisão, sites e amadores entraram forte na internet. Imperdível o artigo de Shirky.

A vantagem  de cobrar pelo conteúdo (paywall) é que aumenta a receita vinda dos usuários. As desvantagens são que reduzem leitores, aumento os custos de aquisição/retenção dos clientes e elimina receita publicitária do conteúdo enviado pelo usuário.

A inovação na notícia sob o ângulo de cinco sites

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Um artigo interessante publicado no Mashable demonstra cinco sites que trazem inovações no modo de veiculação ou de produção da notícia.  O artigo aponta, depois do Youtube, Twitter e Digg, cinco sites fundamentais para compreender as possobilidades abertas para a produção noticioso na internet: Wikileaks, Chicago Now, EveryBlock, Fwix e Spot.us. Peguei dois para falar aqui.

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O primeiro citado é o Wikileaks. O site, pelo que se cogita, foi fundado por um dissidente chinês e atua liberando documentos políticos confidenciais, mas, antes, checando a sua veracidade. Aquele que envia os documentos é extremamente protegido por tecnologias e mais tecnologias de criptografia – o que possibilita a proteção do sigilo da fonte. O site revelou a pouco tempo todo um conjunto de barbaridades feitas pelos EUA e aliados no Iraque, contestando o número de mortes de civis e militares ocorridas por lá. O site se tornou um modo interessante de revelar informações mantidas em segredos ou obliteradas por versões estatais compradas e disseminadas pela imprensa internacional.

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O segundo é o Chicago Now, uma agregados de blogs que mostra uma cobertura colaborativa sobre os mais variados assuntos sobre a cidade. Os jornalistas do site hirarquizam os posts e comentários; mas não tem controle da informação que é publicada nos blogs. O Chicago Now possui a seção Neighborhoods, que reúne em mapa as notícias publicadas através do telefone celular pelos blogueiros, estimulando a produção de uma imprensa hiperlocal (isso estimulou ainda a criação de vários clubes de blogueiros, fazendo com que a comunidade produza notícias e as notícias produzam comunidades). O foco do noticiário está em quatro áreas: Arte & Entretenimento; Esportes, Vida & Estilo; Opinião e Notícia.