Raio X da Internet no Brasil

O Comitê Gestor de Internet brasileira publicou uma pesquisa inédita sobre o diagnóstico do uso das novas tecnologias de informação pela população brasileira. Alguns dados interessantes:

* O óbvio: pessoas mais ricas de regiões mais ricas e jovens tem maior acesso ao computador.

* quanto o uso do computador, 55% nunca usou. 16% tem em casa. Quanto ao uso da internet, 32% da população tem acesso a internet. O dado parece pouco, mas é grande.

O computador é um bem ainda caro. Talvez com a proposta do PC popular o número de usuários aumente. Contudo, a urgência é aumentar a política de acesso à tecnologia da informação. E isto deve ser papel fundamental do poder público (universalização). Contudo, o Estado ainda tem uma visão muito limitada da política de inclusão digital. Pensa a política como algo educacional, para criancinha saber mexer no windows, quando deveria pensar a inclusão digital como diferencial competitivo de desenvolvimento local. O governo federal já deu um passo importante, que é fornecer crédito para a compra de PC. Os estaduais e municipais deveriam fazer o mesmo. Um segunda política seria a da ampliação do acesso: em escolas, praças, unidades de saúde, correios, shopping centeres. Já há solução (barata) para isto, tal como as redes sem fio associadas à rede elétrica. A instalação dessas redes deveria passar pela disponibilização da web para o cidadão em sua casa, que se plugaria nessa rede pública de acesso a internet, tal como ocorre na cidade de Piraí, no RJ. Um terceiro aspecto da política seria de fortalecimento dos movimentos de produção livre de tecnologias informáticas. O software livre, além de baratear o custo da tecnologia, fornece tecnologias de qualidade. É inadmissível que o poder público fique pagando licença para empresas proprietárias. Investir nos movimentos significa ampliar a capacidade do trabalho local em produzir inovação em TI.

A blognovela

Esse ano o blog considerado melhor do mundo é um blognovela. É isso aí o velho folhetim agora na web. O nome do blog vencedor chama-se "Más respeto que soy tu madre". Conta a história de uma família argentina, OS Bertotti, com muito humor. A naradora é Mirta, uma dona de casa nascida em Buenos Aires que deve lidar com seus esposo, seu sogro drogado e três filhos adolescentes. São 200 posts (capítulos).

Foi publicado, em versão impressa, na Espanha e ainda este será publicado na Argentina.

Visitem!

Será o fim dos classificados?

O Google lançou em versão beta o Google Base. A idéia é simples. O usuário pode inserir qualquer informação nessa base. O problema é que isso pode ser o grande sistema de classificados do mundo pós-moderno. Veja a conclusão do Estadão:

Desenvolvido para que o internauta disponibilize qualquer tipo de conteúdo na internet (de receitas de bolos a anúncios de carros usados) sem a necessidade de ter um website, o sistema já preocupa a indústria dos jornais. O problema, apontam especialistas do setor, é que o Google Base poderá enterrar definitivamente a sessão de classificados dos veículos impressos.

Vc sabia?

que a principal atividade do usuário de web, nos EUA, é checar email e em seguida é fazer busca de informação. A informação é da Pew Internet and American Life Project. A dica é do blog do Antonio Granado.

Depois o ranking segue:

3. Ler notícia
4. Pesquisar com objetivo de Trabalho.
5. Usar instant messaging
6. Pagar contas
7. Teclar em salas de bate papo
8. Fazer reservas de viagens turísticas
9. Ler blogs

Detalhe: ler notícia estava em segundo lugar há anos…

Se fosse no Brasil, iria aparecer coisas diferentes como:

– procurar emprego.
– participar de comunidades virtuais
– responder enquetes. Aliás, não consigo entender porque acontece isto, às vezes, penso que é somente um hábito concorrencial. Responde-se para ver se a sua opinião está em primeiro lugar. Não é uma participação para formação de opinião. É meio darwinista…

O que é o toque de recolher na França

Segundo o relato do brasileiro e blogueiro André Belo, direto de Paris, a França acabou de inventar uma nova modalidade de segurança pública: a prevenção social policial. Seria a solução política inventada pelo governo. Ele conta o que é o toque de recolher:

"A lei que foi aprovada terça-feira pelo parlamento francês reutiliza pela segunda vez a lei do estado de emergência criada durante a guerra colonial francesa da Argélia (na verdade, a lei fora já reutilizada uma primeira vez pela V República por um governo socialista, em 1985, para combater as revoltas na Nova Caledónia). Ela torna possível ao governo, entre outras coisas: impedir a circulação de pessoas e viaturas em certos locais; fechar temporariamente salas de espectáculo, bares e locais de reunião, e impedir reuniões "cuja natureza seja provocar ou manter a desordem"; fazer rusgas em casas particulares de dia ou de noite; e, por fim, tomar medidas para garantir o "controlo da imprensa", rádio, cinema e teatro. Isto é o que a lei diz, e é isto que o governo francês passa agora a poder fazer a coberto dela."

França, Subúrbio e controle da web

Li, no blog Nuevo digital, que o governo francês utilizou estratégia de controle da web para obter apoio às medidas do Ministro do Interior, Nicolas Sarkozy (que chamou os suburbanos de "escória").

A estratégia foi simples. Um partido da base do governo pagou ao "Google Adword" pelos resultados de busca de determinadas palavras ou termos, redirecionando-os para páginas de apoio à política de Sarkozy. Ou seja, se eu entrasse no google e digitasse a palavra banlieue (subúrbio), as páginas encontradas seriam aquelas onde apareceriam Sarkozy.

É a contra-ofensiva francesa aos blogs e as mensagens via SMS dos jovens do subúrbio francês.

Sociedade do controle. Total!

Brasil Google News

A novidade que todos esperavam: O Google Notícia Brasil (GNB). Trata-se de um site dedicado às notícias que circulam em 200 veículos de imprensa brasileira. É um hiper clipping das notícias dos últimos 30 dias. Já existia o Google News (para os EUA). E era uma febre. No Brasil, tende-se a se repetir o sucesso.

Interessante é que a busca pelas notícias é feito sem a presença humana. Sem edição. Só em algoritmos. "As fontes de noticias são selecionadas independentemente da linha editorial ou ideologia politica, permitindo que voce cheque como diferentes fontes tratam os mesmos fatos", diz o site do Google.

Um recurso poderoso: vc pode, vc mesmo, checar o histórico de determinada notícia. Por exemplo: crise política no Brasil. Faça uma busca e surgirá todas as notícias sobre esse tema que já saíram nos 200 veículos.

E quem pensou que fazer clipping era um bom negócio, está no sal!

Mas o que me impressiona é notar como, nós, jornalistas, selecionamos sempre as mesmas notícias. Cada notícia sai em 15, 20, 40 veículos. É só por conta disso que o Google consegue fazer funcionar o GNB.

A exclusão digital e a mulher

Li hoje, no IDG, que 15% dos pobres no Brasil tem acesso a Net. Há militantes do movimento feminista afirmando que a situação piora muito para as mulheres. Isto porque muitas meninas ficam grávidas ou tem de tomar conta dos irmãos. Tudo isso as prende "dentro de casa". O espaço comunitário onde é oferecido acesso À tecnologia é restrito aos meninos. É para mostrar as consequência da pobreza e do machismo.

Aproveito e fui a caça de blogs sobre o feminismo. Achei coisas maravilhosas. Boas fontes:

Odeio os homens (espanhol). Texto, áudio e vídeo. Com bom humor, critica as atitudes machistas. O último post: acaba de ser lançada a língua na forma de vibrador. O humano, ou melhor, o homem, cada vez mais sendo deixado de lado após o advento das novas tecnologias.

Mulheres Violentadas (espanhol). Bem amplo sobre as lutas femininas.

Mulher Atual (espanhol). Portal da Informação sobre questões femininas.

Feminismo e Feministas. Comunidade no ORKUT. É excelente. Um post que li muito bacana foi sobre colocar ou não o nome do marido. Isto é machismo ou não? Li que na França, onde surgiu o feminismo, a mulher é obrigada a colocar o nome do esposo. No México, cada um tem o seu nome e pronto.

Articulação das Mulheres Brasileiras: site sobre movimentos feministas.

Há muita coisa bacana. É só pesquisar.