Filmes raros online

Uma dica do site Webinsider: filmes raros – que caíram sob o domínio público – estão disponíveis para ser baixados gratuitamente.

Três empreendimentos se destacam: o Veoh, um dos serviços mais profissionais e organizados; o Emol, que é meio bagunçado, porém mais fácil para encontrar relíquias do cinema e raridades exóticas; e o Public Domain Torrents, por onde os usuários podem usar o software/protocolo Bittorrent para fazer o download legalizado de filmes para assistir no DVD, no iPod e até mesmo no Playstation Portátil.

As pragas da Web

Uma notícia no IDG Now! relata que o KaZaa e alguns programas anti-spyware estão infestados de pragas que detonam os nossos micros. Sempre soube que o KaZaa é infestado de vírus e outras cositas mais. É muito cultivado pelo aproveitadores a circulação de arquivos que contêm spy´s, vírus etc.Tem gente que, na ânsia de baixar filmes e imagens eróticas, acabam danificando todas as suas informações. É o lado "badsoftware" dos programas P2P.

Há sempre aquele que faz da potência de liberdade uma neurose, ou melhor, uma psicopatologia.

Notícias do MST

No site do MST – muito informativo, diga-se de passagem, há um conjunto de notícias que nunca lemos nos grandes mídias. Elas mostram a violência cotidiana que passam aqueles sujeitos que lutam por terra em terras tupiniquins. Até criança não escapa das humilhações de uma sociedade que trata movimento social como caso de polícia, e não de política.

22/03/2006 – Ontem pela manhã, seis policiais fortemente armados e o delegado Rudimar de Freitas Rosales invadiram a sede da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Sul, em Passo Fundo. Eles arrombaram o portão da casa e, sem se identificar, encurralaram sete mulheres e uma criança na cozinha.

Para dar os méritos ao governo federal: ano passado o governo cumpriu as metas de assentamento. Nao é só com polícia que esses movimentos são tratados.

Artigos sobre o Orkut

Alguns textos interessantes sobre formação de redes, expressividade, relações de afeto, formação de identidade, cooperação em rede, e as relações com o Orkut.

Artigo sobre Definição e História Orkut, no WikipediaPor que existem tantos brasileiros no Orkut?
Cleber Matos de Morai
Diego Lopes Rocha

Interação Mútua e Interação Reativa no Orkut: Uma Abordagem do Sistema como Rede Social e Campo Interativo
Maria Clara Jobst de Aquino

Teoria das Redes e Redes Sociais na Internet: Considerações sobre o Orkut, os Weblogs e os Fotologs
Raquel Recuero

A obscenidade do cotidiano e a cena comunicacional contemporânea
Fernanda Bruno

A Criação de Identidades Virtuais através das Linguagens Digitais
Arthur Meucci
Artur Matuck

Orkut e a Sociedade do Espetáculo – IV

Uma carcaterística presente no Orkut é a possibilidade de se formar redes sociais. De sermos diversos, múltiplos, mas sem deixar de abrir mão da nossa singularidade. É interagir com sujeitos desterritorializados, mas que podem ser integrados a uma rede de parceria, de afinidade, de afeto, de gostos etc. Na sociedade do espetáculo, só há junção do separado, mas que permanece como um agregado separado.

O fato de o Orkut possuir milhares de usuários não significa que estes se constituem como massa. Vejo que se apresentam como singularidades que possuem história, memória, neuroses, frivolidades, pensamento, tal como é o humano. Não há como dizer que o sujeito enredado é um nada. Isto é a última coisa que se pode dizer. Ele pode ser no máximo um anônimo. Mas quando o é está sempre presente, incomodando tudo e todos. Pelo menos no Orkut.

Logo, não vejo o Orkut como um "programa". Ele não institui o que eu devo ver, pensar, ser, amar. Não há programação no mundo digital. É terreno para se expressar. Uma citaçãozinha, para fechar, de Pierre Levy (em entrevista para o Roda Viva):

Devemos ter consciência da nossa responsabilidade quanto à fabricação do sentido. Não cabe mais à televisão, nem à imprensa, não cabe à universidade, nem ao partido ou ao Estado, a dizer qual é o significado das coisas. Cabe a nós assumir a responsabilidade, fazer uma escolha e dizer: 'é isso o que eu quero'. É o rumo que queremos tomar. E não exigir que os outros sigam o mesmo rumo. Somos livres, e os outros também são. A internet é a descoberta dessa liberdade, porque a liberdade é o infinito.

Orkut e a Sociedade do Espetáculo – III

A visibilidade espetacular compreende um ocultamento. É um retrato do que é a mídia de massa: ela oculta, fragmenta e isola o pólo receptor. É uma tecnologia mais de irradiar. Sem muita retro-alimentação.

O Orkut – apesar do conjunto de problemas , como o controle de informação por parte do Google – traz consigo um desejo de liberdade de expressão. Todos se expressam. De diversas formas: frívolas, informativa, mnemônicas, etc. Isto porque os mídias digitais nasceram do desejo de que os sujeitos possam dialogar, escrever o que pensa, expressar o que vê, narrar suas experiências. Isto sem a mediação de ninguém.A visiblidade do sujeito se mostra como uma ação. Uma ação de produzir comunidades virtuais. De produzir espaços sociais que têm em comum pensamentos, desejos, estilos, posicionamentos. O pensamento produz. O receptor torna-se usuário. Produz sentido.

Na vida real, estamos conversando mais com o vizinho pela net do que face-to-face. Talvez porque esse aparato web possibilita um máximo de expressividade, algo que a comunicação interpessoal naõ é tão capaz.

Orkut e a Sociedade do Espetáculo – II

A sociedade do espetáculo é o ápice da sociedade de massa, mas com um ingrediente a mais: o excesso de visibilidade. Mas uma visibilidade falaciosa, em que se busca parecer ser aquilo que não se é. Com isto se oculta mais do que se mostra. Ninguém nunca viu uma propaganda de carros que informa que carro polui, ao contrário, é sempre algo de bom em si (porque nos possibilita grandes deslocamentos, conforto e status.) Ao se apresentar na sociedade do espetáculo, o indíviduo frequentemente se oculta.

Não há verdade, não há história nos produtos do espetáculo. Os acontecimentos aparecem. O indíviduo desagregado se encontra então unido no espetáculo, mas mantido separado.

Logo, é uma visibilidade sem expressão. Perguntaram ao MV Bill porque há sociedade não produz objetos de consumo como ele, que é uma referência para o jovem negro favelado? Essa é a única forma de apresentar um sujeito que age sobre o social, que tem uma história difícil de ser contada no âmbito da tecnologia espetacular.

Orkut e a Sociedade do Espetáculo – I

O Orkut é um instrumento da sociedade do espétáculo?A questão foi lançada hoje na aula de Teoria da Comunicação – Perspectivas Contemporâneas. Na verdade, vejo que – mesmo com as milhares de frivolidades, tais como fazer profile de animais – não vejo o site de comunidades virtuais Orkut como um instrumento da sociedade do espetáculo.

A quem diga: Mas ele é massivo! Bom, isto não significa nada. A massa não é um conceito negativo em si. Por um lado, representa um forma de estar junto proveniente de uma sociedade fragmentada após o crescimento industrial, que tornou as cidades um espaço de forte concentração urbana, que, desenraízadas de seus territórios comunais, se tornam autônomas, contudo, anônimas. Esse processo violento de perdas de referências culturais for amenizado com o advento dos meios de comunicação massivos, que disponibilizam aquela cultura deixada em terras longínquas.Em um primeiro momento, a massa é anônima, amorfa e passiva. Mas também constitui movimentos que pressionarão pela universalização dos bens e serviços coletivos. É aquilo que BEnjamin definia: "a massa rejeita aquilo que só é dado uma vez", "a massa é uma forma de estar junto que tudo faz aproximar". Ou seja, a massa quer que os bens sejam reproduzidos, como uma condição de acesso a eles.

Isto significa que a sociedade de massa busca uma universalização. Mas, ao mesmo tempo, a relação com os produtos é de consumo. Acaba que a massa não tem a mesma força de produção do que o pólo produtor. A capacidade de se expressar nos mídias é muito menor. Quase impossível.

Open source, uma tecnologia pronta para o uso?

Quem está estudando (como eu) o movimento open source / software livre se interessará pelo artigo publicado no Economist, intitulado Open, but not as usual. Uma das críticas ao modelo de produção aberta se deveria ao fato do excesso de liberdade dado aos "contribuidores". O jornal cita o caso de um usuário que postou um conjunto de informações falsas no Wikipédia, a enciclopédia produzida de forma colaborativa (e mais lida que o New York Times). O revés dessa "liberação geral" seria ações de controle dos processos colaborativos (como também foi o caso da Wikipedia, que endureceu os critérios de postagens de conteúdos).É um ótimo artigo que revela, entre outras coisas já ditas, que:

– quem se dedica a produzir tecnologias colaborativas (como Linux, Wikipedia etc) não faz por altruísmo, mas por interesse próprio. Ao ser reconhecido como conteudista ou programador, o sujeito ganha notoriedade no mercado, um caminho mais rápido para ganhar um troco.

– o movimento open source são financiados por instituições públicas e privadas que querem inovações rápidas para que possam competir melhor nos seus mercados. O movimento passa a ganhar cada vez mais contornos empresariais. Cria com isso uma regime econômico novo, bem como um autovalorização do trabalho, o que faz diminuir os níves de exploração dessa classe que trabalha.

– O jornal demonstra que, de 130.000 projetos open source no SourceForge.net, pouco mais de 100 estão ativos. E destes, poucos terão resultados úteis. Para o jornal, então, o excesso de projetos não significa tantos avanços assim…

– o modelo open source seria mais uma forma de governo baseada em uma meritocracia darwinista do que uma democracia (como prega o movimento).

O texto é ótimo, provocativo e extremamente informado sobre o tema. Uma referência para quem estuda o porquê cada dia que passa os usuários de web têm optado por softwares ou sites produzidos por eles mesmos.

O artigo do The Economist foi comentado nos blogs de Juan Freire, Enrique Dans, Slashdot y Barrapunto.