O livro em rede

Via o Ecuaderno, cheguei a um post ótimo, publicado por Francis Pisani, sobre o futuro do livro. Ele relata as idéias de Kevin Kelly sobre a nova potencialidade dos livro. Kelly convida a todos a digitalizar livros e torná-lo líquido, solto na rede. A idéia é que livros possam ser hiperlinkados uns aos outros e que surjam comunidades virtuais em torno deles.

Mais importante, "na biblioteca universal, nenhum livro será uma ilha". Podemos inserir vínculos entre eles ou agregar tags. Duas formas novas de criar relações explícitas entre eles. "A hiperligação e o tag poderiam ser duas das invenções mais importantes dos últimos 50 anos", estima Kelly. 

Discurso do Gil sobre cultura kacker

O apoio do ministro Gilbero Gil à cultura hacker, durante o Congresso Global de Internet, repercutiu na blogosfera mundial. Gil defendeu que a ética hacker produziu as maiores inovações na produção das tecnologias digitais e que a dimensão contracultural das redes deveria ser estimulada por governos que busquem a socialização da cultura e do conhecimento. Não foi a primeira vez que Gil defendeu o modus operandi hacker, em 2004, na USP, havia se declarado um hacker.

Na rede, há a íntegra do discurso de Barcelona:

Chegamos aqui porque militantes da contracultura passaram a ver no computador um instrumento revolucionário de transformação social e cultural. Ou seja, o que vemos hoje no mundo, na dimensão informática, digital, tem seu ponto de partida no movimento libertário da contracultura. Nada mais natural, portanto, dessa perspectiva político-cultural, do que a movimentação em favor do software livre, da inclusão digital, de uma política pública de banda larga, dos instrumentos de realização das redes virtuais e remotas, da aceleração e multiplicação de trocas e das formas mais intensas, mais radicais, mais inovadoras de exercício de liberdade de pensamento, de expressão e de criação. 

Negri palestra em São Paulo

Os governos populares e o movimento social na América Latina

Este é o tema do debate para o qual o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem a honra de convidá-lo. O evento irá reunir o filósofo italiano Antonio Negri, um dos principais pensadores da sociedade na atualidade; o cientista político Paulo Vannuchi, ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal; e o poeta e escritor Hamilton Pereira, presidente da Fundação Perseu Abramo. O debate será realizado na Sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na segunda-feira, dia 5 de junho, às 18h. Rua João Basso, 231 – Centro de São Bernardo. Telefone 4128-4200

Blogs e Rebelião no Chile

Manifestação no Chile - 30 de maio

Mais um estudo de caso maravilhoso. No Chile, está rolando uma manifestação nacional de alunos secundaristas. Uma das formas de expressão é a utilização de blogs e fotologs. Neles os jovens inserem comunicados de dirigentes e de estudantes pedindo reforma no sistema educacional (da época de Pinochet), passe livre e reforma do acesso ao ensino superior.

Alguns links:

Ciberamerica, cronologia da manifestação; no Terra Chileno, cobertura sobre o caso; Federação Nacional de Estudantes, órgão representativo dos secundaristas; e lista infindável de fotologs dos secundaristas…

E o genial: um jornal loca criou um Especial Online. O leitor acompanha as últimas notícias e tem acesso a arquivos multimídia das manifestações. O jornal ainda conseguiu reunir mais fotologs e dezenas de blogs de estudantes e dirigentes estudantis.

Que beleza! Isso é um bom tapa na cara dos velhos idealistas (que hoje ficam só idealizando seu passado), pois mostram uma juventude que vai para rua e para o computador, disseminando como vírus suas lutas!

Está na hora de isso acontecer por aqui. Digo: revolucionarmos o acesso ao ensino superior. Tirá-los das mãos de um único grupo social.

Blog do presídio e transformações no jornalismo

Achei interessante a notícia sobre um presidário egípcio que tem um blog em defesa da democracia. Inusitado, mas interessante, já que teoricamente a prisão é o avesso da comunicabilidade. E mostra um bom uso das novas mídias: a ampliação da expressão de subjetividades, logo do espaço público, logo da opinião público.

É o tal do paradigma do readership, como dizem os americanos. Ou seja, é a demonstração da força dos usuários/leitores na produção de informação em escala global. Aliás, li no slashdot um pertinente artigo sobre jornalismo online x impresso que tocava neste assunto. Nele o autor defendia que o impresso deveria perceber que o modelo de difusão das notícais passa cada vez mais pela relação com e entre leitores (readership) e não somente pela circulação. O paradigma do readership se evidencia pelo aumento da participação do leitor (que comenta e até escreve conteúdos) e pela abertura deste em aceitar novos produtos, serviços e experiências com mais facilidades do que o leitor impresso. 

O presidiário egípcio Alaa Abdel-Fattah, 24, ganhou fama no universo virtual com o blog www.manalaa.net, feito em parceria com sua mulher, Manal Hassan. Na página que tem parte do conteúdo escrito em inglês e parte em árabe, os dois defendem a democracia. 

Online versus impresso

Como tinha um blog de jornalismo impresso que desativei, estou transferindo para cá, alguns posts que acho relevantes:

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Estão rolando alguns debates no SlashDot e a UOl traduziu um artigo interessante de um professor da Universidade da Califórnia, alguns pontos que merecem destaque:
1. A tendência dos jornais standard é caminhar para o formato tablóide. Há jornais que no final de semana se tornam tablóide. Questão de custo, pois as despesas crescem numa velocidade maior do que as receitas (verbas publicitárias).

2. Os jornais não estão satisfazendo novos leitores (que vivem no mundo da mídia on demand). Pessoas com menos de 30-35 anos preferem notícias online.

3. Está desaparecendo o leitor de 7 dias por semana.

4. Há uma proposta de experimentar uma linguagem impressa a partir do jornalismo digital. Ou seja, pensar em produzir noticiário a partir da seguintes questão: quais links poderiam estar associado a esta notícia?

5. Os jornais precisam parar de definir seu negócio como "tinta sobre árvores mortas". Frase boa Eric Deggans. Mostra que os jornais precisam multiplicar suas formas de distribuir suas notícias. Não só ficar preso ao impresso. Uma saída seria fornecer on demand notícias online.É pagar pra ver. Aliás, eu não pago!!!