Blogs x Jornalismo

Denken ÃœberMais um post significativo sobre o duelo blogs versus jornalismo. Dessa vez quem escreve é o blogueiro argentino Denken Ãoeber. Ele defende que os blogs precisam da estrutura noticiosa para informar, ou seja, dependeria da imprensa para poder existir. Contudo, o que mais lhe impressiona é o fato de, muitas vezes, o blogs produzirem notícias próprias, sem apoio financeiro e editorial para isto. 

Mas o tema do post de Denken é ainda mais complexo, pois relata que, nos EUA, leitores de 18 a 24 anos dividem seu tempo de leitura na web entre blogs e imprensa. E como esta é a idade da formação do leitor, o jovem de hoje vai ser o adulto que amanhã terá o blogs como mídia informativa que fará parte da sua vida.

Mais blogs e jornalismo

Post publicado no blog Periodista21, de Juan Varela, defende a tese de que blog não é jornalismo. O primeiro é terreno da comunicação interpessoal, contendo – em poucos casos – informações próprias. O uso está associado com a fragmentação das audiências. Por isso que vejo que os blogs são multitudinários. Como mesmo diz o post do Periodista 21, o jornalista é uma narrativa para grandes audiência. O jornalismo é estética da massa. O blog, da multidão. No texto de Varela, ele denomina os blogueiros de "multidão de testemunhas".

Sinceramente, por eqnautno, esse texto do Varela é a melhor coisa que li sobre o assunto. 

Podem jornalistas serem blogueiros?

Rola solto na blogosfera essa discussão. Para muitos, o papo de jornalista ser blogueiro é simplesmente uma captura, pois, na verdade, o que se é mostrado como blog jornalístico não passa de uma coluna de notas atualizadas em tempo real.

Nos blogs jornalísticos, haveria pouco ou quase nada daquela característica de um bom blogueiro: referenciar ou hiperlinkar. De qualquer modo, já se percebe que mesmo os jornalistas-colunistas-blogueiros estão mudando a forma como escrevem. Então podem jornalistas serem blogueiros? Esse é o título de um artigo que responde em parte essa indagação. 

Sobre o novo conceito de notícia e de leitor

Um pequeno artigo que explicita as mudanças editoriais sucessivas no jornalismo digital produzidas pela Folha de São Paulo. Gostei da simplicidade em mostrar algumas transformações no mundo online que a Folha está atenta:

— quanto à notícia:

"Quando um dos primeiros livros sobre redação jornalística foi escrito, em 1918, o termo notícia era definido como 'algo que sei hoje, mas que não sabia ontem'. nova definição é, sem dúvida, 'algo que entendo hoje, mas que já conhecia desde ontem'."

 — quanto ao leitor:haveria três tipos de leitores.

O leitor "hard reader": habituado a ler o jornal ou para confirmar o que viu em outros meios ou para complementar e aprofundar essa informação

O leitor "browser": acostumado a folhear o jornal, muitas vezes como um hábito social, ele "escaneia" o noticiário para ter uma idéia geral do que acontece no mundo. Vive uma permanente busca de algo surpreendente para ler.

O leitor "turista": aquele que, por uma razão ou por outra, se vê lendo um jornal, muitas vezes sem o hábito de fazê-­lo e de modo exploratório, leve e superficial. 

No Chile, sociedade do controle

As manifestões no Chile continuam. Agora com uma pitada anti-democrática. Suspeita-se que os representantes do governo, no momento de negociação com os estudantes, colocaram gravadores para capturar algum tropeço dos líderes estudantis, e assim desmoralizá-los. Os estudantes notaram que haviam gravadores ao olhar embaixo das mesas se existia alguma "aparelho de captura".

No Chile, a luta se constitui entre uma dimensão material (a proposta estudantil versus a do governo), ao mesmo tempo em que há uma batalha contra a sociedade do controle (dimensão simbólica). Em respostas, bombardearam em seus blogs acusações contra o governo. As escolas seguem sem aluno em todo país.

Os blogs têm mais informação que a mídia, meu povo. Assisto neles vídeo – feito pelos estudantes com edição ao som the The Wall, do Pink Floyd – sobre as manifestações e uma profusão de fotos.

PS: Achei genial a foto. Os estudantes transformam o portão naqueles quadros que quase todos adolescentes têm em casa. Aquele quadro que tem fotos e post-it! O portão virou lugar para post-it! Genial.