Primeiro na web, depois no impresso

Via Periodistas 21

The Guardian anuncia que las redacción del periódico publicará las noticias primero en su edición digital. Sólo algunas exclusivas se reservarán para la edición impresa. El periódico espera fortalecer su información en internet y en el propio papel, ya que dará a los reporteros "la oportunidad de producir más piezas sobre las grandes informaciones sin las limitaciones del diario en papel".

Orkut e a noção de fora

No meu mundo interior (li isto em Negri e achei engraçado), tenho me chateado com uma função que tem o Orkut. É o seguinte: o usuário pode enviar email para toda a sua rede, contudo, quem recebe o email não pode enviar reply para a rede do sujeito. É a velha lógica unilateral da comunicação: um-todos. 

Participei de um debate online com uma figura que sempre mandava a opinião dele para todos os seus "amigos", contudo, o que eu dizia sempre ficava no terreno do isolado, do perdido, da relação eu-meu interlocutor. Talvez essa função do orkut reflete um pouco a dimensão sinóptica que Baumann insiste em afirmar: o mundo se articula na criação de tecnologias que mais investem em "evitar a entrada" do que "evitar a fuga" (panóptico).

Sei que, para quem está no Orkut, socializar a sua rede no "fora" é perder a graça de usar a comunidade virtual. Contudo, essa "reprodução do fora" carrega um dupla ideologia. Primeiro, a noção de que constituindo um fora, os vínculos se tornarão mais fortes no dentro. Porém, essa condição comunitária identitária (eu-outro / dentro-fora) continua a reforçar elos fracos, porque no âmbito do virtual, as identidades são mais camisas do que peles. O dentro é mistificação, que se sustenta numa prática do fora que é ilusória, já que a informação circula lisamente.

A segunda ideologia é a noção do fora como um terreno do excesso, o que justificaria a criação de um dentro mais objetivo, comum e estriado. Trocando em miúdos: somente no dentro é possível constituir redes sociais, já que a barreira identitária (ter comunidades) é o que articula o ser algo. 

No final de tudo, acho tudo moralista. É só "entre quatro paredes" (no dentro) que o íntimo, o político e o desejo se manifesta.

MAis um bom especial

Desta vez, o especial – de ótima qualidade – é feita pelo Globo Online: é o Rádio Mensalão, sobre um ano do escandâlo paralisou – para o bem e para o mal – o país. Feito em linguagem flash, o especial tem cronologia (mês e dia), principais números da crise, personagens, vocabulário da crise e opinião do leitor.

Pena que não haja link para o especial, é necessário entrar na página e, no menu à esquerda, no canal especiais, clicar no link escandâlos em série.

Sobre as mudanças no New York Times

Nas últimas aulas de Jornalismo Digital, o New York Times tem sido recorrentemente objeto de observação, principalmente, após a mudança no seu formato gráfico na web, em que privilegia o excesso e a multimidialidade dos conteúdos. Para quem se interessa mais – e também consegue ler em espanhol e não em iglês – uma boa dica é um post publicado por Juan Varela, no seu sempre pertinente blog Periodistas 21. No post, Varela identifica algumas mudanças no Times:

>> Navegación múltiple (con preferencia horizontal) por formas de uso y por áreas temáticas.
>> Aumento de los elementos multimedia: vídeo, audio y fotos, para meter a las ediciones digitales en el gran mercado de la banda ancha y no conformarse con el público de la letra, sino apostar por la audiencia de la televisión.
>> Abrirse a los lectores: interactividad, entrar en la conversación y dejar que los interlocutores recomienden contenidos.
>> Separar claramente los contenidos del diario de papel, de las revistas o de la televisión de los del cibermedio.
>> Más noticias en la portada, la página más vista en todos los cibermedios de muy largo.
>> Mejorar la explotación de nuevas fuentes de ingresos: pago y áreas comercialmente atractivas como el cine. NYTimes.com recomienda ahora las películas más vistas como si fuese Amazon o Technorati. El ocio ya es indispensable en los cibermedios

Especiais no El Mundo.es

Na minha dura tarefa de encontrar e avaliar o gênero jornalístico "especiais" do mundo online, me surpreendi positivamente com o jornal online El Mundo. Há uma infinidade de matérias especiais hipertextualizadas, algumas em formato flash (as que eu gosto mais, inclusive). Contudo, o que mais chama a atenção é a diversidade de temas e a "longa tradição" de produção desse tipo de cobertura jornalística.

Chama a atenção a utlização de publicidade em alguns especiais. Há um ótimo sobre os 25 anos da Aids em que há publicidade de uma empresa farmacêutica. É um exemplo de como buscar sustentabilidade financeira sem que isto altere o conteúdo editorial. O especial é todo em flash. Muito refinado. Imperdível também o especial sobre 10 anos da Guerra do Golfo. Todo em flash.

Texto clássico na web

Já há circulando na web, a versão, em espanhol, do clássico texto de Vannervar Bush, As We May Think (Como devemos pensar). É um texto profético que demarca as primeiras idéias estruturas sobre o que anos depois viria ser a internet. Li o texto quando estava no Mestrado. A primeira leitura parecia que era história contado pelo meu avô. Muito idealizante, ou seja, as pessoas valorizavam as idéias mirabolantes de Bush demais, pensava eu. Hoje. Vejo o texto de outra forma. Acho o paper provocativo e genial.

Jornalismo: da leitura para conversação

Aquele papo de "leitor ativo, jornalista interativo" ganha força no mundo acadêmico, que começa a estruturar um pensamento sobre as transformações no jornalismo pós-web. Uma ótima entrevista de Dan Gillmor, dada ao blog e-contenidos. Gillmor é autor do ótimo livro, Nós, a mídia. A entrevista está em espanhol, mas traduzi uma parte que gostei.

O jornalismo está mudando: de uma leitura para algo como uma conversação. Como a audiência tem crescentes e poderosas habilidades de comunicação, a habilidade de contestar e falar com os jornalistas obrigará os jornalistas a escutar mais.