Estou escrevendo um capítulo sobre colaboraão e mutações na produção do jornalismo, quando, de repente, me surpreendo positivamente com a nova página do Globo Online.
A tendência é forte mesmo. O Globo – é o primeiro jornalão – inova e adota o jornalismo-cidadão (ou participativo) na sua versão online. Qualquer usuário poderá enviar reportagem na forma de texto, audio, video e foto para ser publicada na seção Eu, Repórter. Olha… o jurídico do Globo deve ter trabalhador bem, já que a legislação brasileira não permite que “qualquer um” seja jornalista. Deve haver brecha. Gostei que há uma ética de publicação, semelhante às experiência de civic jornalism no mundo, que é a seguinte:
Antes de enviar seu material, saiba que:
– O Eu-Repórter só publica textos, fotos, vídeos e áudios noticiosos, nunca opinativos.
– O conteúdo deve obrigatoriamente ser de autoria que quem o envia
– A publicação do conteúdo está sujeita a aprovação da equipe de editores do Globo Online
– Textos com palavrões; acusações pessoais desacompanhadas de provas; preconceitos de qualquer ordem; que promovam a violência ou que estejam em desacordo com as leis brasileiras não serão publicados
– Todos os textos, imagens, vídeos e áudios publicados serão assinados
– Os textos podem ter, no máximo, 2 mil caracteres, contando os espaços
– Os arquivos podem ter, no máximo 10 megabytes
Pelo o que vemos, as grandes mídias querem entrar de vez na onda web 2.0, em que o leitor é o maior produtor de conteúdo. Há uma seção que exemplifica muito isto: Opinião. Cada leitor tem um espaço próprio para opinar sobre o noticiário entre outras coisas. É a captura da forma-blog. Há muita novidades: organização dos conteúdos em tags (como o Clarin) multimídia, podcast etc.