Aproximando-se da fanpage do candidato tucano a Prefeitura de Vitória

LPFanPage

São mais de 4 mil fãs na fanpage do candidato a prefeito de Vitória Luiz Paulo Vellozo Lucas. Apenas 272 destes “fãs” atuam na rede. A maioria (93%) só aperta o botão curtir. E mais nada. 1,58% realizaram comentários que ganham o status de atualização na fanpage (sabemos que as páginas são, em período de eleição, super moderada. Assim as marcações são muito fechadas, até para coibir a trolagem). São quatro grupos que protagonizam as curtições (vejam aí pelas diferenças de cores, a partir do cálculo de modularidade da rede, que encontram as possíveis comunidades em torno da fanpage). Nem imagino quem sejam os grupos. Mas uma análise mais aprofundada dá para sacar quem sejam :) Há uma forte presença animando os likes dos seguintes “amigos de LP”: Valiatti João, Thais Figueiredo S. Neves, Vila da Silva, Izabela Monjardim e Consuelo Pagani. Mas a fanpage tem só mesmo faz a função de uma platéia que bate palmas para o candidato. Ou seja, aperta o botão like. Nada diferente de outras fanpages de políticos.

Segue o gráfico em formato pdf para aqueles que querem dar um zoom na imagem.

O #12M nas redes Sociais e o micropoder

O Laboratório de estudos em Internet e Cultura (LABIC), que coordeno aqui na UFES, começa – em parceria com o Medialab/UFRJ, a desenvolver um processo de cartografar controvérsias na internet. Controvérsias políticas é a nossa praia. Estamos na fase de aprendizado com os softwares de visualização e input de dados, que são extraídos de diferentes redes sociais.

Neste post, Gabriel Herkenhoff, pesquisador do Labic, faz a primeira incursão no mundo dos grafos da mobilização política ocorrida, na Espanha, no dia 12 de maio, o chamado 12M. É apenas o começo. Fizemos o grafo (há inúmeras formas de visualizá-lo – estamos estudando todas elas) e, agora, vamos começar também a analisar o conteúdo e a cultura instalados nos perfis que participaram da mobilização espanhola.

Curiosamente, ao analisar a rede do# 12M, vimos o seguinte:

os processos de espalhamento e difusão de mobilizações políticas passam, necessariamente, por um atuação minúscula, uma atuação menor. A intuição, inclusive, é de que essas mobilizações estejam prodfuzindo um novo tipo de blogueiro: o que atua direto da rua de modo streaming. Um “blogueiro streammer”.

Essa  política em rede, onde os nós atuam (ou seja, não apenas vêem tudo de longe), faz dela uma forte ação de centenas de pequenos grupos, embora, ao mesmo tempo, não deixe de constituir seus próprios pop stars (hubs). O hub, em mobilizações políticas, não é algo dado. O hub não existe; é um sujeito também emergente. Um sujeito que acontece. Isso pode está a explicar o fato de vermos cada vez mais o aparecimento “políticos que acontecem”, ou seja, que são produzidos pelo trabalho da multidão em rede. Mas é um político de novo tipo: só existe como (e na) mobilização. Estamos no começo das análises, mas já dá pra ver que a visão do maketing de buscar “celebridades” nas redes sociais é um tanto quanto uma invenção massiva dentro das redes, pois, afinal, quem compra é influenciado mais pelo “tratorada de espalhamento da informação pelos nós minúsculos” ou pela força da difusão das celebridades das redes sociais (os hubs), mesmo sabendo que estes não tnham uma capacidade de criar sozinhos (ou com seus fãs mais mobilizados) uma mobilização agressiva na rede?

Estamos só começando. A análise das mobilizações do #12M no Twitter, tim tim por tim tim, está aqui.

Quando o jornalismo vira BO

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Há, nesta matéria de A Gazeta, assinada por Rosana Figueiredo, uma festival de atitudes que qualquer jornalista deveria evitar. Um festival grosseiro de atitudes antiéticas, que, lógico, foram “melhoradas” pelo editor do jornal.

1. A atitude vulgar e irresponsável de envolver os pais do rapaz. Pais que estão sob cuidados médicos. A mãe chega ser chamada por apenas o prenome (acho q a jornalista esqueceu de perguntar o sobrenome), tipicamente o modelo policialesco de nomear aqueles que vivem em Terra Vermelha, na periferia da cidade. Uma vez a Eliane Brum me disse: “muitas vezes, é o detalhe que pode acabar com a vida de alguém”. Deixe os pais do cara em paz. São trabalhadores, pobres, em que o custo da passagem de ônibus reflete diretamente na possibilidade do filho se manter estudando na Ufes. Trate-os com dignidade, por favor. Se o jornalismo fosse uma profissão mais séria, o jornal e a jornalista estariam sendo processados por desvio ético.

2. O compartilhamento da foto do apedrejamento de um ônibus. Reparem como o editor e a jornalista deixam escapar o nome de “I. P”. A foto, tirada num contexto de revolta contra a espoliação urbana, ainda pode nos levar a reflexões do tipo: é justo depredar o ônibus quando seus direitos não são respeitados, quando não espoliados? Apesar de nao termos essa resposta, deixa I.P em paz. O jornal faz o que a imprensa egípcia fazia: ficar publicando conversações na rede para demonizar os manifestantes.

3. As ˜declarações na internet˜. As frases das declarações no perfil de E. não revelam nada, senão o direito de E. expressar seu descontentamento. Em maio de 2011, a diretora corporativa de A Gazeta, a Sra. Letícia Lindemberg, publicou no seu Twitter que queria ver todo mundo morrer alagado, devido a protestos feitos por moradores da região da Grande Terra Vermelha, que pararam a rodosol. E esse texto de uma Limdemberg, que está lá no sue perfil, não significa nada criminalmente. Ao contrário, expressa uma opinião de um setor da população. Então não dê uma de policial, Sra. Rosana, não fique caçando frases soltas para dar sentido a algo que não tem. O fato de você conhecer pouco o dia a dia da redação é mais um desafio profissional seu para ficar atento às artimanhas de seus editores. Não se deixe virar “bode expiatório˜. Não seja a pena da cabeça de seu editor.

4. O que tem a ver o sistema de cotas com a questão? Não seja preconceituosa. Se E. não entrou na universidade por esse sistema, e daí?

5. Essa parte aqui oh: “Apesar de ser estudante de Física, em seu perfil de Facebook, Eduardo afirma que é de extrema esquerda˜. O que isso significa verdadeiramente? O que você quis dizer com isso?

6. Na materia on-line, para piorar a situação: há um predomínio enorme do governador do Estado, que posa como se tivesse um comportamento exemplar de diálogo. Veja o que seus leitores – eu sou um, pago R$ 39 para o jornal mensalmente, mesmo tendo a versão gratuita no meu Ipad – tenham a dizer sobre o comportamento do governador. Caso não queira ler seus leitores, leia o seu próprio jornal, que publica um artigo do professor Simões destacando o modo truculento de ser do governador socialista.

7. O livro de Sun Tzu. Sem checar, sem ouvir o estudante, você quis diabolizar o rapaz com a história do livro: obviamente vc comprou uma versão policial. Se você fosse um pouco mais antenada, iria até satirizar, pois o livro é best-seller entre os executivos das corporações capitalistas. Essa história é patética. Muito patética.

Mas, o mais supreendente, a grande derrota do poder: o rapaz que incendiou o ônibus é filho direto da pobreza do Estado. Filho direto da corrupção que fez explodir a periferia de Vila Velha na década de 90. É filho direto da demagogia politiqueira que chega em terra Vermelha para incluir abstratamente aquele povo num discurso de “Estado Presente”, e, pelas costas, o discurso é de exclusão concreta.

Vuvox, boa ferramenta para produzir narrativas digitais

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O legal do Vuvox é que ele permite criar, ao mesmo tempo, um carrossel de imagens e vídeos que se constitui como uma narrativa linear na forma de apresentação (slideshow). Ele também permite criar galerias de imagens bem criativas, como essa daqui. É uma ótima ferramenta para promoção e divulgação de fatos, eventos e histórias. Alguns usos pelo jornalismo aqui, aqui e aqui.

Como escrever sobre ciência

A IJNEt (rede de jornalistas internacionais) publica seis conselhos pra escrever sobre ciência (espanhol).

Três conselhinhos a destacar do post: “traga todo e qualquer cientista para a terra”, afinal ele só vive mergulhado em seus laboratórios”; “ao escrever sobre algo técnico, mostre como “esse algo” contribui na cura de alguma doença ou na solução de algum processo técnico ou social”; e “cuidado em simplificar demais”.

No post, há um link ótimo para um curso online sobre jornalismo científico. Confira ai: http://www.wfsj.org/course/pt/

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