O Laboratório de estudos em Internet e Cultura (LABIC), que coordeno aqui na UFES, começa – em parceria com o Medialab/UFRJ, a desenvolver um processo de cartografar controvérsias na internet. Controvérsias políticas é a nossa praia. Estamos na fase de aprendizado com os softwares de visualização e input de dados, que são extraídos de diferentes redes sociais.
Neste post, Gabriel Herkenhoff, pesquisador do Labic, faz a primeira incursão no mundo dos grafos da mobilização política ocorrida, na Espanha, no dia 12 de maio, o chamado 12M. É apenas o começo. Fizemos o grafo (há inúmeras formas de visualizá-lo – estamos estudando todas elas) e, agora, vamos começar também a analisar o conteúdo e a cultura instalados nos perfis que participaram da mobilização espanhola.
Curiosamente, ao analisar a rede do# 12M, vimos o seguinte:
os processos de espalhamento e difusão de mobilizações políticas passam, necessariamente, por um atuação minúscula, uma atuação menor. A intuição, inclusive, é de que essas mobilizações estejam prodfuzindo um novo tipo de blogueiro: o que atua direto da rua de modo streaming. Um “blogueiro streammer”.
Essa política em rede, onde os nós atuam (ou seja, não apenas vêem tudo de longe), faz dela uma forte ação de centenas de pequenos grupos, embora, ao mesmo tempo, não deixe de constituir seus próprios pop stars (hubs). O hub, em mobilizações políticas, não é algo dado. O hub não existe; é um sujeito também emergente. Um sujeito que acontece. Isso pode está a explicar o fato de vermos cada vez mais o aparecimento “políticos que acontecem”, ou seja, que são produzidos pelo trabalho da multidão em rede. Mas é um político de novo tipo: só existe como (e na) mobilização. Estamos no começo das análises, mas já dá pra ver que a visão do maketing de buscar “celebridades” nas redes sociais é um tanto quanto uma invenção massiva dentro das redes, pois, afinal, quem compra é influenciado mais pelo “tratorada de espalhamento da informação pelos nós minúsculos” ou pela força da difusão das celebridades das redes sociais (os hubs), mesmo sabendo que estes não tnham uma capacidade de criar sozinhos (ou com seus fãs mais mobilizados) uma mobilização agressiva na rede?
Estamos só começando. A análise das mobilizações do #12M no Twitter, tim tim por tim tim, está aqui.