E o Google alterou o seu algoritmo para valorizar o conteúdo original em suas buscas. É lógico: no lugar de valorizar o “site-clipping”, vai dar mais atenção aos sites onde os conteúdos originais estão publicados. É ofensiva contra spam e conteúdo duplicado (os chamados sites baseados em content farms).
Mas o verdadeiro motivo da mudança foi a história de uma usuária que buscou sua marca predileta de óculos no Google, que indicou determinado empresa como mais relevante para compra. No entanto, o site da empresa era uma cilada daquelas. Ele aparecia nos principais resultados de busca do Google porque muitos usuários direcionaram link para a página da empresa para criticá-la. Como o Google reputa algo como relevante de acordo com o número de links que determinada URL recebe, neste caso, acabou, sem querer querendo, ocasionando problemas para o usuário.
O efeito colateral de banir sites que são criticados: ofuscar debates de temas polêmicos (como abordo, religião etc) e rebaixamento dos chamado “sites agregadores de conteúdo”, que são geralmente fruto de uma edição coletiva por parte dos internautas, que reputam (para pior ou para melhor) determinada informação mediante a botões espalhados em milhões de blogs. Esses sites, como Digg, Delicious e Meneame, recebem dos usuários a indicação de permalinks sobre determinado tema, que, por conseguinte, são veiculados através de uma lista de notícias mais relevantes (aquelas mais linkadas pela comunidade). Quando clicados, esses permalinks levam o usuaŕio para o site onde o conteúdo original se encontra.
Os agregadores acabam funcionando assim como verdadeiros filtros do que há de melhor na internet. E gera audiência para si e para o link que veicula. O Google viu problema nisso. Podem reputar algo também ruim. E mais: Esses sites, assim, não hospedam conteúdos originais. E faturam grana reunindo diferentes conteúdos que não são de propriedade deles. Ganham atenção porque, com o tempo, o usuário passa economizar tempo e ir direto neles para recolher conteúdo de qualidade; e, segundo, porque quanto mais links são para eles direcionados, mais eles aparecem nas primeiras páginas de buscas do Google, o que gera mais tráfego para eles.
O Google tende a eliminar cada vez mais os intermediadores existentes na própria web, mesmo que essa intermediação seja feita de forma multitudinária. É uma nova fase da gigante americana: capturar os filtros sociais e eliminar os aproveitadores.