Li no Folhaonline que o presidente da Oracle, Larry Ellison, disse que há uma visão muito romântica do que seja a comunidades open source e dodo software livre. Para eles, são comunidades que só sobrevivem por conta do financiamento das grandes empresas, como Oracle,IBM e Intel.
"Pensa-se que esses desenvolvedores contribuem do nada e não cobram por isso. Deixe-me dizer os nomes das empresas que desenvolvem Linux: IBM, Intel e Oracle. E não uma comunidade de pessoas que pensam que tudo deveria ser gratuito e livre. Open source não é um movimento comunista", disse para uma platéia de desenvolvedores.
É uma questão que realmente toca o núcleo do debate sobre cultura livre ou open. É verdade que grandes empresas investem em pesquisas em códigos abertos. Mas isto não significa que a produção da inovação é produzida por conta dessa grana. É a velha tradição do capitalismo de se comportar como um vampiro.
O problema é o inverso. É a Oracle que é dependente do movimento de software livre. Para sobreviver em um mercado altamente competitivo e que tudo que é sólido se desmancha no ar, a Oracle precisa do movimento de código aberto para que suas tecnologias ganhem mais rapidez de inovação. A Oracle iria gastar muito mais dinheiro desenvolvendo código proprietário. É questão de sobrevivência para ela. Então quem financia quem nesta questão?
Lógico que há aí uma complexidade. O Linux se comporta como capital ou como trabalho? A Oracle se comporta como capital ou como trabalho?
Há um texto do Antonio Negri que ele diz que cada vez mais a economia caminha para um relação entre trabalho versus trabalho. E que caminhamos para uma economia do comum. O que acontece com o Linux é isto: mais que produzir mercadoria, produz o comum. Seus produtos abertos são comuns. É trabalho (códigos livres) contra trabalho (códigos proprierários).
Neste sentido, o comunismo já é uma realidade. Quem faz contra-informação agora é o capital.