Li essa mínima jornalística no argentino Bloc do Periodista:
Em certa altura da conversa o entrevistado lhe fala: "Digo isto honestamente para vc". Isto significa que não se deve confiar no que o entrevistado disse antes e nem no que dirá depois.
Li essa mínima jornalística no argentino Bloc do Periodista:
Em certa altura da conversa o entrevistado lhe fala: "Digo isto honestamente para vc". Isto significa que não se deve confiar no que o entrevistado disse antes e nem no que dirá depois.
Assunto abordado por Enrique Dans: está rolando uma praga na edição de texto: a escrita direcionada para motores de busca. Explico: como podemos monitorar a audiência online, recebemos diariamente usuários que encontra este blog após uma pesquisa (por palavra-chave) nos motores de busca, como Google, Yahoo etc. Assim temos como saber quais foram essas palavras-chaves, logo, podemos intensificar posts sobre esses temas, ganhando ainda mais o "olhar dos motores de busca".Assim, se eu noto que sempre recebe usuário, vindo de resultado de busca no Google utilizando a palavra "televisão digital", começo a escrever mais a palavra (tanto nos títulos com no corpo do texto) em post sobre o tema ou não. Isto faz com que eu receba uma avalanche de usuários.
A questão se revela um problema, já que coloca na pauta do dia para quem escrevemos: para o usuário ou para o Google?
Minha opinião: Tenho notado – monitorando a audiência daqui – que os usuários deste blog está cda vez mais vindo do Google, contudo, estes ficam muito pouco no blog. Coisas de segundos. Logo, não podemos perder o foco original da blogosfera: produzimos para um público primário: a nossa comunidade. Neste casos, meus alunos e meus amigos. O que vier é lucro: tem haver com a credibilidade das informações e dos debates que circulam por aqui.
Para aonde vai a propaganda após o advento da televisão digital? Muita gente se pergunta sobre isto, já que o telespectador digital terá a oportunidade de assistir seus programas favoritos sem os reclames. Um bom artigo sobre o tema foi publicado no Webinsider e é assinador por Sandra Jonas.
"O comercial de televisão, da forma como o conhecemos, fatalmente minguará. Seu formato vem perdendo apelo desde que surgiu o controle remoto. As pessoas não têm que assistir; elas simplesmente optam por fazê-lo. Imaginem como será, agora, que o número de canais será muito mais elevado?"
Em excelente artigo (em espanhol), titulado de A Licença Creative Commons: uma alternativa ao copyright?, Raquel Plantada defende a tese de que o Creative Commons não se opõe ao direito autoral, mas as leis que regem a propriedade intelectual, que se tornaram – na minha opinião – um empecilho a produção de inovação e conhecimento.Tal como o software livre, o Creative Commons defende a propriedade intelectual do produto negando propriedade do produto intelectual. O produto é livre, mas o autor do produto é preservado.
Vale a leitura. Li no post do blog Ecuarderno. Baixei o artigo, li e gostei muito.
Como sabemos o país ainda vive uma situação de crise permanente. Só não sabemos se a crise é mais midiática do que real. Assim, a Escola de Comunicação se adiantou e vai discutir o tema da midiocracia.Devo estar no evento. Cobrindo e postando aqui no blog. Isto se meu dente deixar. Puts! Voltei do dentista com muita dor. E o pior serão cinco sessões com a minha dentista.
Acho quem quiser participar deve se mobilizar comos alunos do 4º período. O evento vai ser quente, muito quente. Tem de José Dirceu a Franco Bifo (intelectual e militante do ciberativismo).
O esquisito é ver o Ricardo JKotscho representando a Rede Globo. Isto dói, né. O cara foi o secretário de imprensa do GOverno Federal e é amigo do presidente Lula. Não sei qual é da relação dele com a Globo. Mas o cara é ótimo.
Conheço vários locais no RJ que a hospedagem é boa e quase de graça.
Quem quiser ir, conversamos aqui ou face to face.
Dia 26 (quarta)
10h/13h – Midiocracia
Como a democracia se constitui em aliança, conflito e composição
com os meios de Comunicação. Democracia pela mídia e governo dos meios
de comunicação.Palestrantes:
Wanderley Guilherme dos Santos – Cândido Mendes
José Dirceu, ex-ministro
Paulo Henrique Amorin , TV Record
Ricardo Kotscho, Globo/Universidade
Giuseppe Cocco -Rede Universidade Nômade e UFRJ
Mediador: Sérgio Sá Leitão (MinC)13h – Intervalo
14h – Apresentação de Projetos de Midiativismo:
Teatro do Oprimido, Apresentação de filmes e vídeos
curtos sobre Mídia, Apresentação de Projetos de Comunicação15h/18h – Midiativismo
Os novos intelectuais e atores políticos que utilizam a mídia e suas
linguagens como forma de ativismo político e estético. A política do
simbólico.Palestrantes:
Franco Berardi – Rekombinant e Universidade de Bolonha
Raul Sanchez – Universidad Nomada de Madrid
Wallace Hermann – Rádios Comunitárias
Geo Brito -CTO e Universidade Nômade
Giuliano Bonorandi – Ação Cultura Digital e Rádio InterferênciaMediadora: Tatiana Roque – Rede Universidade Nõmade e UFRJ
Dia 27 (quinta)
10h/13h- A Mídia da Midia
Como a mídia vem cobrindo temas que afetam seu próprio negócio: a TV Digital, Ancinav, a Lei Geral de Comunicações, Softwares Livres, etc.Palestrantes:
Gabriel Priolli – Televisão América Latina (TAL)
Diogo Moyses – Rede Intervozes
Sérgio Amadeu- Faculdade de Comunicação Cásper Líbero
Manoel Rangel – Diretor da Ancine
Mediador: Esther Hanburguer (USP e Folha de São Paulo)13h Intervalo
14h – Apresentação de Dossiês, materiais na internet, capas de revista,
sobre a cobertura e imagens da mídia dos temas debatidos, emissões de Rádio15h/18h – NegroAtivismo
Como a mídia vem cobrindo temas polêmicos como as cotas, a bolsa família e
as políticas de discriminação afirmativa. Mídia NegraPalestrantes:
Muniz Sodré – ECO e Biblioteca Nacional
Alexandre Nascimento – PVNC e Rede Universidade Nômade
Júlio César Tavares – UFF
Marcio Alexandre, Revista Afirma
Jeferson De – Movimento Dogma Feijoada
Edson Cardoso – Jornal IROHÍN
Mediador: Márcio André, Rede Universidade NômadeDia 28 (sexta)
10h/13h – Mídias de Resistência
Como os movimentos sociais, Ongs, terceiro setor e sociedade civil fazem midiaPalestrantes:
Dojival Vieira – Afropress
Joaquim Palhares -Agência Carta Maior
Celso Horta, CUT
Claudia Cardoso – Midi@ética
Romano, RadioAberta
Ericson Pires, Hapax e Rede Universidade Nômade
Mediador: Giuseppe Cocco – Rede Universidade Nômade e Revista Global13h- Intervalo
14h – Intervenções estéticos-midiáticas, emissões de Rádio,video, etc.
Exibição de vídeos da CUFA, Afroreggae, Cia Etnica de Dança, clips-favelas15h/18h – Comunicando as Favelas
As Imagens das favelas na mídia e a produção cultural, audiovisual,
midiática dos movimentos saídos das favelas e periferiasPalestrantes:
Jailson de Souza – Escola Crítica de Comunicação Popular da Maré
Carmem Luz – Cia Étnica de Dança
Nega Gizza, CUFA
Écio Salles – Afroreggae
Ivana Bentes – ECO
Paulo Vaz – Pós-ECO
Mediadora: Ilana Strozenberg ECO18h – ENCERRAMENTO – Festa e Manifestos
Bom. A Universidade Federal do Espírito Santo aprovou o sistema de política de ação afirmativa, contudo, ainda não definiu o percentual da reserva vagas (o sistema de cotas) e os critérios de acesso à política. No último encontro, recusou-se o percentual de 52%.Fiz uma pesquisa rápida sobre o assunto pelo Tecnoratti (o Google dos blogs) e no Yahoo. E encontrei o mesmo debate em várias lugares desse país justa, lindo e com uma democracia racial plena:
1. As cotas no Rio Grande do Sul. Ver o blog O Olho-Dínamo, com o post chamado Democracia escandalizada.
2. Sobre as cotas em Brasília, ver depoimento de Gustavo Balduino.
3. Sobre cotas e desigualdades racial, há um conjunto enorme de conteúdo:
– Desigualdade racial começa na escola. Matéria da Folha. Mostra que, desde o ensino básico, o pessimismo racial é incutido nos negros.
– O quadro de discriminação racial no país desde a época da abolição da escravatura, artigo em ppt de Roberto Borges Martins.
– A mobilidade social dos negros, estudo (em pdf) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
– Desigualdades Sociais no Brasil, texto de Ricardo Henriques, do IPEA. Ele prova que desigualde social no Brasil é determinada pela questão racial.
– Desigualdade racial e desempenho escolar, paper de Carlos Henrique Araújo e Ubiratan Castro de Araújo.
– Educação e Desigualdade Racial, belo artigo de Maria Valeria Barbosa.
Todos eles servem de subsídios para aqueles que querem entender melhor o motivo e a ncessidde de termos cotas raciais e sociais.
Vi uma discussão sobre a web, tipicamente louca, mas interessante. No livro "A Pele da Cultura", do Derrick de Kerchove, ele conta uma história de um sujeito que se perde da floresta e diz para seu ajudante: "Estamos perdidos!". Seu assistente de pesquisa, meio assustado, meio sorridente, diz: "Nós estamos no mesmo lugar, que se perdeu foi o espaço".Han! na hora, não saquei nada. Mas depois Derrick faz uma alusão interessante dessa história com a web. Para ele, quando acessamos a Internet estamos fixo, quem se move é o espaço. Então o conceito de espaço nas redes é sempre de fluidez. A mobilidade é sempre do espaço e não do sujeito.
Gostei da provocação e comentei com um amigo (quando estive no RJ, na quarta passada). Ele disse: "Mas isto é óbvio!". "Não é a Terra que se movimenta?. Nós estamos sempre fixos a esse movimento do planeta".
Viagem!!!! Eu hein!
Ah! Depois de dois dias sem postar nada, por conta de uma ida ao RJ, volta à tona com uma referência ótima: Mordomia Futebol Clube. É um blog de um torcedor flamenguista que flagrou um jogador rubro-negro (Peralta) numa vida bem mundana (sexo, drogas e rock). Publicou a foto do cara na orgia no blog e apareceu para o mundo. Agora o blogueiro se tornou o paparazzi de jogador. É mole!!!!! Essa tal de sociedade tecnológica é perigosa!Será que a atitude é ética?
Do ponto de vista do torcedor, é um serviço público. Poxa! o tal de Peralta custou a maior baba. Vive machucado. E se recuperar para jogar, nada!
Contudo, de um ponto de vista da ética da informação, o cara não foi ouvido. E outra coisa: será que o médico liberou o boleiro para poder fumar, por exemplo? Então esse tipo de atitude blogueira demarca muito bem as fronteiras e responsabilidades de quem escreve diário e quem escreve jornalismo. No entanto, o furo jornalístico tem sido marcado pelos mesmos critérios de cobertura do caso do blogueiro.
Então se um jornalista pode porque eu não posso? Virou o salve-se quem puder.
Com a reprovação do sistema de cotas, pela Câmara de Graduação, da Ufes, a sociedade racista venceu? Sei que a mídia vai analisar as coisas desse ponto, mas a decisão escapa do Sim ou Não.Foi um resultado apertado (21 a 17). Agora a decisão vai para o Conselho Universitário decidir. Na verdade, os coordenadores empurraram o veredicto para o Reitor. É uma queda de braço política dentro da universidade. Quem pariu Mateus que o embale.
A decisão mesmo é no CEPE. Não há derrotas nem vitórias, por enquanto. O que houve foi uma universidade dividida sobre a questão. Até lá, precisamos é ampliar os espaços de luta sobre a questão para que ela vença. Não adianta só falar que a sociedade é racista. É preciso ocupação e luta: manifestos, atos, passeatas etc!.
Maio de 68 já!
PS: A ação de depredação da Reitoria, ou o ato de protesto, é normal. A violência faz parte da luta, muitas vezes! Sem nenhuma apologia, pelo amor de Deus! É só uma constatação.
Dica: ótima descrição dos fatos de hoje é feita em dois blogs Espaço Ufes, de Lyvia Justino e Nadia Vaccari; e no Nós em Transe, de Maria Elisa e Maria Inês. Todas quase jornalistas e blogueiras.
Recuperei um post no Ecuarderno, escrito Pablo Mancini, a partir dos posts de Dario Gallo, chamado de 1 blog por 19 razões, que lista uma série de motivos para que um estudante de comunicação tenha um blog. Vamos a 10 dessas razões (com comentários meus):1. Demonstra um work in progress. Em seis meses, já vai reparar como seus pontos de vistas modificaram, o aumento de seu amadurecimento e a ampliação da prática na escrita.
2. Proporciona autoconhecimento, além de atiçar a curiosidade para explorar novas tecnologias. Graças ao trabalho no blog, as idéias podem fluir de forma consistente. O pensamento brota e se concretiza no texto. Fora as tecnologias que se aprendem usar.
3. Uma boa desculpa para escrever com continuidade. Já vão chegar às redações com ritmo de escrita.
4. O blog possibilita realizar projetos. Quem quiser, por exemplo, fazer um "livro-reportagem", o blog é uma ótima linguagem e ferramenta.
5. O blog possibilita o exercício de nossas opiniões e interpretações do mundo. De forma livre. Sem constrangimentos institucionais.
6. Produzimos comunidades e relações. Para blogar é preciso ler outros blogueiros. Postamos muitas vezes assuntos que outros já abordaram. "É uma experiência coletiva do relato".
7. O blog torna-se um arquivo de suas memórias, opiniões e interpretações. Assim seu pensamento fica menos refém da memória orgânica.
8. O blog possibilita escapar das normas do lead e etc. Ativa a sua imaginação e criatividade, inventando novas formas de escrever e narrar.
9. Torna a experiência mais pró-ativa. O estudante sai da lógica passiva da sala de aula e manda ver com suas opiniões no blog. Muitas vezes o professor monopoliza a opinião nas aulas e não se tem muito tempo para o aluno se expôr.
10. Diminui as tensões na nossa subjetividade. Ou seja, exorcizamos nossos demônios ao escrever diariamente.